O contrato mais líquido do ouro fechou em leve alta nesta quinta-feira, 10, com o mercado mais avesso ao risco, diante da continuidade do conflito na Ucrânia, já que as negociações para um cessar-fogo não tiveram sucesso. Além disso, investidores acompanharam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 0,61%, a US$ 2.000,40 por onça-troy.
A guerra na Ucrânia continua em escalada, sendo que a expectativa do mercado por um cessar-fogo - após autoridades acenarem para a possibilidade de uma solução diplomática para o conflito na quarta-feira - esfriou. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou nesta quinta que encontro que teve com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, na Turquia, não tinha objetivo de tratar de um cessar-fogo. Segundo ele, o tema será discutido por delegações em Belarus.
Além da questão geopolítica, investidores acompanharam a divulgação do CPI dos EUA de fevereiro, que subiu 0,8% ante janeiro, superando a expectativa de analistas. Na comparação anual, o indicador deu um salto de 7,9%, o maior desde janeiro de 1982. O ING projeta que o CPI chegue a 9% em breve à medida que a alta nos preços de commodities e salários são passadas de empresas para consumidores.
Já a Oxford Economics acredita que a guerra entre Rússia e Ucrânia "adiciona mais combustível à taxa de inflação em chamas" dos Estados Unidos, com aumento nos preços de energia, alimentos e commodities essenciais, com os já existentes problemas na cadeia de suprimentos.
As fortes pressões inflacionárias apoiam a visão da consultoria de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevará os juros básicos em 175 pontos-base neste ano.