O contrato mais líquido do ouro fechou em leve baixa nesta quarta-feira, 20, em um cenário no qual investidores seguem observando as perspectivas para aperto monetário, especialmente por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Dirigentes da autoridade se manifestaram nesta quarta no sentido de indicar a busca pela neutralidade nos juros no país. Por outro lado, na sessão atual, o dólar e os rendimentos dos Treasuries recuam, o que limita as perdas do ouro.
O ouro para junho encerrou a sessão com desvalorização de 0,17%, a US$ 1.955,60 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Na visão de Craig Erlam, analista sênior de mercado financeiro da Oanda, tem sido dias turbulentos para o ouro. Depois de subir durante a maior parte de abril, chegando perto de US$ 2 mil a onça-troy, o metal amarelo entrou em queda livre e agora parece ter se estabilizado em torno de US$ 1.950, avalia.
Para Erlam, isso poderia marcar o novo suporte de intervalo após um período de negociação amplamente entre US$ 1.900 e US$ 1.950. A inflação alta está levando a um aperto mais agressivo e os traders podem estar temendo mais por vir, sem mencionar as consequências econômicas de tais movimentos de política, projeta.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, defendeu nesta quarta uma "marcha rápida rumo à taxa neutra até o fim do ano" como um "caminho prudente para a política monetária nos Estados Unidos, no contexto atual.
Ela destacou a força da inflação, mas também notou que a economia dos EUA mostra força, inclusive no mercado de trabalho. Em sua fala, ela comentou que a taxa neutra, segundo várias projeções, estaria "em cerca de 2,5%, em termos nominais".
Na avaliação do presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, o banco central americano deve alcançar a política neutra ao fim deste ano.