Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco poderá participar da conferência climática COP28 que começa no próximo mês em Dubai, segundo fontes do Vaticano, para levar adiante seu recente apelo por ações para conter o aquecimento global.
Seria a primeira vez que um papa participaria de uma conferência da ONU sobre mudança climática desde seu início em 1995.
Francisco quer ir a Dubai, disse o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, à Reuters, nos bastidores de um evento católico-judaico em Roma na quarta-feira, acrescentando que nenhuma decisão final foi tomada.
Outras fontes do Vaticano estimam que a probabilidade de o papa ir ao evento de 30 de novembro a 12 de dezembro é de 90%.
Os chefes de Estado geralmente participam apenas das sessões de abertura das conferências. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou no início das duas últimas reuniões, em Sharm el-Sheikh, no Egito, no ano passado, e em Glasgow, na Escócia, em 2021. Essas conferências também são ocasiões para reuniões bilaterais.
Francisco, de 86 anos, fez da proteção do meio ambiente uma das marcas de seu papado e se reuniu na semana passada com o presidente da COP28, Sultan al-Jaber.
Em um importante documento publicado em 4 de outubro, Francisco fez um apelo aos negacionistas da mudança climática e a políticos relutantes sobre a questão para que mudem de opinião, dizendo que eles não podem ignorar as causas humanas ou ridicularizar a ciência enquanto o planeta "pode estar chegando ao ponto de ruptura".
O documento, conhecido como Exortação Apostólica e intitulado Laudate Deum (Louvado seja Deus), foi uma continuação da encíclica de 2015 de Francisco sobre o meio ambiente "Laudato Si" (Louvado seja).
Ele foi motivado por recentes eventos climáticos extremos e mencionou várias vezes os desafios enfrentados pela COP28.
O fracasso em Dubai, disse Francisco no documento, "será uma grande decepção e colocará em risco tudo de bom que foi alcançado até agora".