Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de soja do Paraná iniciaram a colheita da safra 2022/23 em 1% das áreas, com trabalhos ainda considerados pontuais visto que a maior parte das lavouras não está pronta para ser retirada dos campos, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
O percentual representa um atraso em relação ao mesmo período do ciclo anterior, quando 11% das lavouras estavam colhidas. No entanto, em três dos últimos cinco anos, a colheita era inferior a 2% nesta época do ano.
"A colheita ainda é muito pontual. O clima está favorável, porém as lavouras ainda não estão 100% prontas", afirmou à Reuters o analista do Deral Edmar Gervásio.
Segundo o departamento estadual, somente 16% das lavouras de soja do Paraná estão em fase de maturação, enquanto 66% estão em frutificação, ou seja, em desenvolvimento. Outros 13% estão em floração e há também 5% da soja em fase de desenvolvimento vegetativo, uma das etapas mais iniciais do processo.
Do ponto de vista de qualidade, 81% das áreas seguem consideradas boas pelo Deral, mesmo patamar verificado na semana passada.
No caso do milho, o plantio da segunda safra alcançou 3% das áreas, avanço de 2 pontos em uma semana.
Um ano antes, quando a colheita da soja foi mais acelerada, 10% das lavouras do cereal da "safrinha" estavam plantadas, de acordo com os dados.
Até o momento, 100% das áreas de milho segunda safra --a maior do Estado-- são consideradas boas pelo departamento.
Na semana passada, o Deral reduziu suas projeções para as safras de soja e milho 2022/23, tanto verão quanto safrinha, em decorrência dos impactos deixados por uma seca que ocorreu em dezembro no Paraná.
Apesar dos cortes, as produções das duas culturas devem superar o desempenho da safra passada, que teve as lavouras atingidas de maneira ainda mais severa pela estiagem no verão de 2022, em função da La Niña.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)