Por Corina Pons e Marianna Parraga
CARACAS (Reuters) - A estatal de petróleo venezuelana PDVSA instruiu os presidentes de joint venturas da qual faz parte a depositar os recursos recebidos da exportação de petróleo em uma conta recentemente aberta no banco russo Gazprombank AO, de acordo com fontes e um documento interno a que a Reuters teve acesso no último sábado.
O movimento da estatal venezuelana é uma forma de tentar evitar as novas sanções impostas pelos Estados Unidos em 28 de janeiro que tentam evitar que o governo de Nicolás Maduro tenha acesso à receita da venda de petróleo. O governo americano e vários outros, inclusive o Brasil, recusaram-se a aceitar a reeleição de Maduro, apontando indícios de fraude no pleito de 2018.
Segundo fontes, desde a implementação das novas sanções a PDVSA vem pressionando seus sócios nas operações na faixa do Orinoco para decidirem se continuaram a exploração com a estatal - entre as empresas estão a norueguesa Equinor, a americana Chevron e a francesa Total.
Além disso, as empresas devem notificar a seus clientes que farão pagamentos em dólares ou euros nesta conta bancária em Moscou, de acordo com uma carta assinada pelo vice-presidente de Finanças da PDVSA, Fernando de Quintal, com data de 8 de fevereiro.
"Gostaríamos de tornar formal as novas instruções bancárias para pagamentos em dólares ou euros", diz o texto da carta dirigida ao setor que supervisiona as joint ventures da empresa.
As instruções foram dadas há várias semanas aos clientes e então a empresa passou a transferir as contas das empresas, que podem operar exportações de petróleo independentemente.