LIMA (Reuters) - O governo peruano descreveu nesta quarta-feira como um "desastre ecológico" o vazamento de petróleo na costa central do país devido às ondas após a erupção de milhares de quilômetros de um vulcão submarino e exige que a espanhola Repsol (MC:REP) compense os danos.
O Ministério das Relações Exteriores do Peru disse que um vazamento de óleo no fim de semana de um navio-tanque descarregava para uma refinaria da Repsol colocou em risco a flora e a fauna em duas áreas naturais protegidas de mais de 18 mil quilômetros quadrados.
"É o pior desastre ecológico que ocorreu em Lima nos últimos tempos e causou sérios danos a centenas de famílias de pescadores. A Repsol deve ressarcir esse dano imediatamente", disse o Ministério das Relações Exteriores no Twitter.
O derramamento de óleo foi causado pela "violência" das ondas no sábado ao largo da costa peruana horas após a erupção de um vulcão em Tonga, no Oceano Pacífico, enquanto um navio-tanque abastecia a refinaria La Pampilla através de oleodutos, informou a empresa no domingo.
A promotoria peruana iniciou uma investigação do vazamento que cobriu as águas e praias de três distritos do norte da cidade de Lima e o governo deu à empresa até 10 dias para coletar o petróleo.
O ministro do Meio Ambiente, Rubén Ramírez, reuniu-se na noite de terça-feira com representantes da Repsol em Lima e disse que, segundo a empresa, foram derramados seis mil barris de petróleo.
O Organismo Supervisor de Investimentos em Energia e Mineração (Osinergmin, na sigla em espanhol) disse em comunicado que ordenou a paralisação de um dos quatro terminais de abastecimento da refinaria La Pampilla até que sejam determinadas as causas do vazamento.
A Refinaria La Pampilla, a maior do país, fornece pouco mais da metade do combustível para o mercado local.
(Reportagem de Marco Aquino)