Rio de Janeiro, 29 abr (EFE).- Os diretores da companhia petrolífera Petrobras afirmaram nesta segunda-feira que a empresa manteve sua meta de produção para este ano no Brasil, que é de 2,02 milhões de barris diários em média, apesar da acentuada queda da extração nos últimos meses.
A produção de petróleo e gás natural equivalente da Petrobras no país caiu de 2,032 milhões de barris diários em dezembro para 1,846 milhão de barris diários em março de 2013, segundo números divulgadas pelos diretores da companhia em uma teleconferência com investidores e em uma posterior entrevista coletiva.
O diretor de Prospecção e Produção da Petrobras, José Formigli, atribuiu a queda às paralisações programadas de várias plataformas marítimas para sua manutenção e admitiu que esse processo continuará no segundo trimestre deste ano.
"Mas a produção crescerá no segundo semestre quando já não tivermos mais plataformas paralisadas por manutenção e ponhamos em ação novas unidades, o que nos permitirá cumprir as metas de produção", disse Formigli.
O Plano de Investimentos da Petrobras para o quinquênio 2013-2017, com investimentos por US$ 236,7 bilhões em cinco anos, prevê que a produção se manterá inalterada em 2012 e 2013, em 2 milhões de barris diários, mas subirá até 2,5 milhões de barris em 2016, 2,75 milhões em 2017 e 4,2 milhões em 2020.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, admitiu na mesma entrevista coletiva que a redução da produção foi a principal responsável pela queda dos lucros da companhia no primeiro trimestre do ano frente ao mesmo período de 2012.
Segundo os dados divulgados na sexta-feira passada, o lucro líquido da companhia petrolífera no primeiro trimestre foi de R$ 7,693 bilhões, um valor 17% inferior ao dos três primeiros meses de 2012 e em 1% menor ao dos últimos três meses do ano passado.
O resultado, no entanto, representa uma estabilidade para Petrobras, que terminou 2012 com lucro líquido de R$ 21,18 bilhões, o que representa uma queda de 36% em relação a 2011.
"Apesar das dificuldades na produção, mantemos nossas metas de produção para este e os próximos anos a fim das paralisações programadas e a entrada em operação de novas plataformas a partir de julho", afirmou Barbassa.
Formigli acrescentou que a paralisação para manutenção de várias das principais plataformas marítimas da empresa faz parte de uma política para elevar a eficácia de suas unidades, pelo que se prevê que, quando entre novamente em operação, essas plataformas terão uma maior capacidade de produção.
O diretor disse que as plataformas que operam em águas profundas na bacia marinha de Campos elevarão sua produção em 36 mil barris diários quando conclua todo o processo de manutenção.
Acrescentou que na mesma Bacia de Campos prevê-se a entrada em operação neste ano das plataformas Cidade de São Paulo e Cidade de Itajaí, duas enormes unidades flutuantes com capacidade para produzir mais de 100 mil barris ao dia.
A Petrobras também planeja pôr em operação neste ano seis plataformas novas para explorar o pré-sal.
Os diretores afirmaram ainda que a recuperação da produção também será consequência direta da elevação do investimento, que somou R$ 19,8 bilhões no primeiro trimestre, com um crescimento do 10% sobre o mesmo período do ano passado.
O 54% desses recursos foi destinado à prospecção e a produção. EFE