Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Petrobras (BVMF:PETR4) elevou o fator de utilização total de suas refinarias no segundo trimestre deste ano para 93%, o maior nível desde 2015, registrando em junho recorde mensal em quase dez anos na produção de gasolina e máxima histórica no diesel, informou a companhia nesta terça-feira em comunicado.
A produção de gasolina da Petrobras cresceu 26% em junho ante um ano antes, para 2,01 bilhões de litros, maior volume desde 2014, disse a empresa.
Já a produção de diesel S10 da companhia cresceu 2,9% em junho, para 2,11 bilhões de litros, superando o recorde anterior de maio deste ano. No mesmo período, a empresa elevou em 5,7% a produção de querosene de aviação, mas não informou o volume.
"Os resultados revelam, sobretudo, o aumento das vendas no mercado interno e a estratégia adotada pela Petrobras de investir em refino, visando garantir o atendimento de seus compromissos comerciais com confiabilidade, disponibilidade operacional e rentabilidade das suas unidades", disse a empresa no comunicado.
O aumento da produção vem em momento em que a demanda por combustíveis está em alta no Brasil, sobretudo por gasolina, cuja comercialização por distribuidoras disparou 16,3% entre janeiro e maio, diante de preços mais atrativos ante o etanol hidratado nas bombas.
Já o consumo de óleo diesel, o combustível mais consumido no Brasil, aumentou 1,4% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, segundo os dados mais recentes da reguladora ANP.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, afirmou em nota que a empresa está "contribuindo para o crescimento de nossos clientes no mercado interno com uma atuação competitiva e segura, sempre preservando rentabilidade e sustentabilidade financeira".
O avanço da produção da Petrobras em junho ocorreu juntamente com um aumento das importações brasileiras de diesel e gasolina.
A importação de gasolina pelo Brasil no primeiro semestre subiu 112% versus o mesmo período de 2022, para 2,45 bilhões de litros, segundo dados oficiais do governo. Em junho, as compras externas somaram 441 milhões de litros, uma alta de 192% versus um ano antes.
Já a importação de diesel pelo país voltou a crescer em junho na comparação anual, com impulso de chegadas do produto mais barato da Rússia, que atingiu um recorde de participação de 64,1% do total descarregado no mês passado nos portos brasileiros, apontou a agência Argus, especializada em preços e serviços de consultoria, em análise à Reuters.
Em junho, o Brasil aumentou em 12,5% a importação total de diesel, para 1,08 bilhão de litros, segundo dados de analistas e do governo brasileiro, após terem recuado na comparação anual em abril e maio.
(Por Marta Nogueira; edição de Letícia Fucuchima e Roberto Samora)