Por Sabrina Valle
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) encerrou uma longa tradição para batismo de plataformas com nomes de cidades do litoral brasileiro e informou que passará a homenagear personalidades nacionais para suas unidades afretadas.
Entre os escolhidos para a homenagem estão dois militares, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré, e duas mulheres envolvidas em movimentos militares de época: Anita Garibaldi, que participou da Revolução Farroupilha, e a enfermeira Ana Néri se voluntariou para a Guerra do Paraguai.
A ideia é passar a homenagear "heróis nacionais, que estão no panteão brasileiro", informou o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, em coletiva de imprensa para detalhar o prejuízo de R$ 2,7 bilhões da companhia no segundo trimestre do ano, período afetado pela pandemia.
Seguindo a tendência do governo de Jair Bolsonaro de ampliar a presença de militares no Executivo, a estatal tem hoje dois militares em seu conselho de administração. O órgão responde formalmente ao Ministério de Minas e Energia, comandado pelo almirante Bento Albuquerque.
Tamandaré batizará a maior plataforma flutuante (FPSO) do país. A unidade, ainda a ser construída, produzirá no campo de Búzios, principal descoberta de petróleo no mundo neste século.
O FPSO Almirante Tamandaré poderá produzir, sozinho, 225 mil barris por dia, ou metade da atual produção da Venezuela.
Os FPSOs Ana Néri e Anita Garibaldi ficarão no campo de Marlim, no litoral do Rio.
Até agora, plataformas afretadas (uma espécie de aluguel) ganhavam nomes de cidades litorâneas localizadas próximas a campos de produção.
Plataformas próprias da Petrobras são numeradas, precedidas pela letra “P”.
A Petrobras, endividada, optou na última década por afretar plataformas de fornecedores, diluindo o custo bilionário de cada construção ao longo de 15, 20 anos de contratos com taxas diárias.
Neste mês, a empresa anunciou a intenção de retomar plataformas próprias --em que a empresa paga pela sua construção --com a P-78 e a P-79.