Por Rodrigo Viga Gaier
(Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) pretende realizar em novembro um teste simulado acompanhado pelo Ibama na região de um bloco na Margem Equatorial (BVMF:EQTL3), perto do Amapá, na tentativa de obter licença ambiental para perfurações exploratórias na área, disse nesta segunda-feira o diretor de Exploração e Produção da companhia, Fernando Borges, a jornalistas.
Segundo o executivo, se a licença for concedida, no mesmo dia a empresa dará início às atividades na região. Borges lembrou que há equipamentos empenhados para a execução do serviço, só à espera do sinal verde ambiental
"Cumprimos tudo o que era necessário para que o Ibama autorizasse a avaliação pré-operacional: consultas às comunidades, simulação de dispersão de algum vazamento de óleo. Aí você tem uma fase que é demonstrar que os recursos presentes na região são capazes de lidar com algum vazamento", disse ele a jornalistas, durante a Rio, Oil & Gas, feira do setor petrólifero que acontece no Rio de Janeiro.
Borges disse que estarão disponíveis cinco embarcações e três aeronaves para atuar no local em caso de emergência.
"Vamos fazer um simulado , o Ibama vai acompanhar, no início de novembro e, se atender os critérios, estamos cumprindo os últimos requisitos para obter a licença. Já temos sinal verde até agora", adicionou ele.
O poço que aguarda a licença está na fronteira com a Guiana Francesa, a 160 km da costa do extremo norte do Amapá. A perfuração ocorreria a 40 km da divisa com a Guiana, a uma profundidade de 2.500 metros de lâmina d'água, explicou o executivo.
"Estamos com tudo mobilizado. Barco, sonda, helicópteros, ao custo de milhões por dia e aguardando resposta técnica", frisou.
A região, chamada pela Petrobras de Amapá Águas Profundas, envolve uma área da Bacia da Foz do Amazonas, na qual ambientalistas afirmam existir um ecossistema sensível, abrigando um dos maiores berçários de vida marinha.
ROTA 3
O executivo admitiu que o novo atraso no Projeto Integrado Rota 3, no Polo Gaslub (antigo Comperj), causa "desconforto", uma vez que havia a expectativa de usar a infraestrutura ainda este ano para o escoamento do gás produzido na costa brasileira.
Após o problema na execução da obra da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que levou a Petrobras a buscar no mercado uma nova empresa, a nova previsão é que o projeto fique pronto em 2024.
"Isso vai atrasar entre 10 meses e 1 ano. Início de 2024 (fica pronto)", disse Borges, acrescentando que se o gasoduto estivesse pronto haveria uma disponibilidade extra de quatro a cinco milhões de metros cúbicos de gás por dia para o país.
(Por Rodrigo Viga Gaier)