Investing.com - Os contratos futuros de petróleo embalaram nova alta nesta quarta-feira em meio a uma queda surpreendente nos estoques de óleo bruto nos EUA.
O barril do WTI negociado na bolsa de mercadorias de Nova York subiu US$ 1,14 no pregão de hoje, fechando a US$ 49,83. Esse é o maior valor de fechamento da commodity desde o final de junho.
Em Londres, o Brent superou os US$ 52/b no intraday, mas perdeu força e encerrou o dia negociado a US$ 51,86, máxima de quatro meses. A alta diária foi de 2%, US$ 0,99.
O otimismo em relação à commodity disparou com a divulgação da surpreendente queda nos estoques de petróleo dos EUA, segundo relatório semanal divulgado pela agência de energia do país. De acordo com o documento, a tancagem de petróleo bruto recuou 2,976 milhões de barris contrariando previsão de aumento de 2,56 milhões de barris.
Os estoques fecharam a semana passada em 499,7 milhões de barris e se aproxima cada vez mais dos dados do ano passado, após diversas semanas de grande disparidade. Em 2015, nesta época do ano, as empresas no país detinham 461 milhões de barris, cerca de 39 milhões de barris a menos do que hoje. A diferença corresponde a cerca de dois dias de consumo da maior economia do mundo.
Os estoques de gasolina, contudo, subiram 200 mil barris, para 227,4 milhões de barris em meio no fim da sazonalidade de alta demanda elo combustível no verão norte-americano. Enquanto isso, os estoques de óleos diesel e combustível reduziram em 2,4 milhões de barris com a queda das temperaturas avançando sobre os EUA.
O petróleo avançava pela manhã com a desvalorização do dólar, o que estimula o apetite dos investidores por mais risco e sustenta a alta de ações e commodities. A divisa caiu com os dados mais fracos do que o esperado na geração de emprego dos EUA.
Novo patamar entre US$ 50 e US$ 60
No pano de fundo, a cotação de petróleo mudou de patamar na última semana com o acordo da Opep na semana passada. Segundo comunicado do grupo, deverá ser aplicado um limite de produção combinada dos 14 países do cartel entre 32,5 milhões de barris/dia e 33 milhões de barris/dia. Em agosto, a extração somada alcançou 33,237 milhões de barris/dia.
De acordo com a PIRA Energy Goup, o acordo deverá elevar a faixa de preço da commodity nos mercados internacionais. Nos últimos meses, o petróleo vem sendo vendido entre US$ 40 e US$ 50 e a expectativa do presidente da consultoria, Gary Ross, é que o intervalo de US$ 50 – US$ 60 passe a ser respeitado.
Sobre o acordo da Opep, contudo, ainda não se tem todos os detalhes. A definição do volume corte por país só será conhecido na reunião ordinária da Opep marcada para 30 de novembro, em Viena.
Em abril, uma tentativa de acordo semelhante foi barrada após a Arábia Saudita exigir a participação do Irã, que já havia negado a sua inclusão. O país persa buscava elevar sua produção para o patamar histórico de cerca de 4 milhões de barris/dia, após o fim das sanções ocidentais ao seu programa nuclear.
Desde então, os demais principais produtores de petróleo, entre eles Arábia Saudita, Iraque e Rússia aumentaram sua extração para renegociar o acordo de corte em um patamar mais elevado.
Nos últimos dias, o Irã tem dado sinais de que chegou próximo à sua exportação histórica e de que deverá alcançar em breve seu objetivo de produção, o que abriu espaço para um acordo.
Com Reuters