Investing.com - Os preços do petróleo avançaram e fecharam acima dos US$ 65 o barril pela primeira vez em quase duas semanas, com os riscos geopolíticos no Oriente Médio alimentando as apostas em uma interrupção de oferta da região.
Em Nova York, os contratos futuros do WTI para entrega em maio subiram 3,3%, para US$ 65,51 por barril. Já o Brent, em Londres, ganhou 3,47% e encerrou o dia cotado a US$ 71,03 por barril.
O Oriente Médio voltou a atrair a atenção dos investidores com a notícia do cancelamento da viagem do presidente norte-americano Donald para 8ª Cúpula das Américas em Lima, para permanecer nos Estados Unidos e supervisionar a resposta americana ao ataque químico na Síria.
Isso ocorre um dia depois que Trump disse que preparava uma resposta. “Temos muitas opções, militarmente. E nós o informaremos em breve ", disse Trump a repórteres.
Apesar de não produzir petróleo, o tabuleiro da guerra civil síria envolve os grandes produtores Rússia e Irã, que apoiam o presidente Bashar al-Assad.
Uma ofensiva dos EUA e dos países ocidentais sobre o governo sírio poderia gerar uma resposta dos aliados de Assad e uma nova rodada de sanções contra a Rússia e o Irã, prejudicando as exportações de petróleo. A Arábia Saudita, grande rival regional do país persa, poderá acabar se envolvendo na disputa retórica.
Os investidores também receberam bem a fala do presidente da China, Xi Jinping, que adotou um tom reconciliatório sobre as tarifas e defendeu uma maior abertura do país na noite de terça-feira, aumentando o apetite por ativos de risco, como as commodities.
Durante a sessão, a Bloomberg informou ainda que autoridades sauditas gostariam de ver o petróleo acima dos US$ 80 para aumentar a valorização da gigante petrolífera Aramco, que deverá realizar um IPO até 2019.
Estoques e produção dos EUA voltam ao noticiário
Hoje, a agência de energia dos EUA mostrou em seu relatório mensal que a produção do país saltou 260 mil barris/dia em março para o recorde de 10,4 milhões de barris/dia. O órgão revisou para cima a estimativa de extração para 10,7 milhões de barris/dia neste ano.
Amanhã, será a vez da agência publicar o relatório de estoques. O mercado estima uma queda de 189 mil barris nos estoques de petróleo e de 1,425 milhão de barris nos de gasolina.