Investing.com – Os preços do petróleo caíram hoje após um país-chave da OPEP ter dito que o cartel de petróleo não vai reduzir a produção para apoiar os preços, o que alimentou as preocupações constantes de que a oferta supera de longe a demanda.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os futuros de petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em fevereiro foram negociados em 2,31%, para US$ 56,74 por barril nas negociações norte-americanas, saindo de uma baixa da sessão de US$ 56,25 por barril e de uma alta de US$ 59,00 por barril.
O contrato de fevereiro caiu 3,51%, para US$ 58,08 por barril na sexta-feira.
A commodity ficou apoiada em US$ 56,07 por barril, a baixa de 15 de maio, e resistência em US$ 65,61 por barril, a alta da última segunda-feira.
Os Emirados Árabes Unidos informou mais cedo que a OPEP vai segurar sua recente decisão de não cortar a produção para apoiar a queda dos preços do petróleo, uma notícia que fizeram com que os futuros de petróleo despencassem hoje.
Os preços do Brent negociados em Londres caíram quase 47% desde junho, quando a commodity atingiu US$ 115,71, ao passo que os futuros WTI estão em baixa de quase 46% em relação à alta de US$ 107,50 de junho.
Os preços do petróleo ficaram estáveis no início deste ano devido às expectativas de que a economia norte-americana mais forte consumisse mais combustível e energia, e também devido às preocupações geopolíticas.
Enquanto a economia norte-americana continua em expansão, outras grandes economias estão vendo suas taxas de crescimento esfriarem, que reduziu os preços do petróleo.
Além disso, os conflitos militares na Ucrânia, Síria, Iraque e em outros lugares não prejudicaram o abastecimento como se era temido, o que está permitindo que os preços do petróleo caiam ainda mais.
Aparentemente, os países da OPEP estão permitindo que os preços caiam com o objetivo de deixar de lado os produtores de xisto norte-americanos, cuja produção de petróleo é mais cara.
Na sexta-feira, a Agência Internacional de Energia disse que a oferta de petróleo vai permanecer ampla em algum tempo.
“Abrindo uma exceção a uma resposta à produção desenfreada, pode muito bem levar algum tempo para que a oferta e a procura respondam à queda nos preços”, disse a AIE em seu relatório.
“No que diz respeito ao abastecimento, os preços mais baixos do petróleo já estão reduzindo os gastos dos produtores, mas é mais provável que afete a produção de médio e longo prazo do que o abastecimento de curto prazo. A liderança de projetos de petróleo tem sido tão ampla que oscilações de preços podem demorar para equilibrar o abastecimento. Os projetos que já foram financiados continuaram, na maior parte, sendo realizados”.
Países que não participam da OPEP também contribuirão para a oferta global.
A AIE também disse que tinha cortado a sua projeção de crescimento da demanda mundial de petróleo de 2015 em 230.000 barris por dia, para 0,9 milhões.
Em outros lugares, os temores com as interrupções de abastecimento na Líbia devido ao novo conflito não conseguiram ofuscar o anúncio oriundo dos Emirados Árabes Unidos.
Separadamente, na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em janeiro caíram 1,18%, para US$ 64,56 por barril, com o spread entre os contratos do Brent e do petróleo bruto dos EUA ficando estáveis em US$ 4,68.