Investing.com - Os preços do petróleo registraram perdas na manhã desta terça-feira, com sinalização que a Opep e a Rússia poderão expandir fortemente a oferta global.
Os futuros do petróleo WTI negociados em Nova York cediam US$ 1,00, ou 1,5%, para US$ 64,69 às 12h30, enquanto o Brent perdia US$ 0,59, ou 0,8%, e era negociado a US$ 74,75. O spread entre os benchmarks está na casa dos US$ 10, um dos maiores dos últimos anos, em um movimento que estimula as exportações norte-americanas.
O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, disse a jornalistas que planeja propor um aumento de produção da casa de 1,5 milhão de barris/dia aos membros. A fala de Novak vem dias antes de reunião da Opep, Rússia e grandes produtores em Viena, na Áustria, e a expectativa é que revisem seu atual acordo de produção que cortou em 1,8 milhão de barris/dia desde janeiro de 2017.
Os dias que antecedem o encontro são marcados por falas divergentes dos representantes dos países, que provocam volatilidade no mercado. O sinal é que não há uma unanimidade na direção do acordo deverá tomar.
Os relatos na imprensa mostram que a Rússia e a Arábia Saudita planejam um aumento mais forte, enquanto outros produtores como Irã, Iraque, Venezuela e Argélia gostariam de manter o acordo atual ou elevar em um patamar bem menor.
Nesta semana, fontes da Opep informaram que o cartel deveria discutir uma na produção de petróleo de 300 mil a 600 mil barris/dia para achar um meio termo entre as propostas dos líderes Rússia e Arábia Saudita e os defensores da manutenção do corte.
Na segunda-feira, o ministro do Petróleo do Equador, Carlos Perez, previu uma difícil reunião da Opep. “Há outros países que não querem reduzir os cortes. Vai ser difícil ... uma reunião difícil ", disse Perez.
Além da reunião dessa semana, o grupo poderá voltar a avaliar o mercado em setembro, segundo Novak. Analistas do mercado veem na proposta de aumento de 1,5 milhão apenas uma tática para pressionar os demais membros do acordo a elevar a produção.
O mercado de petróleo deverá ver nos próximos meses uma pressão crescente sobre a produção do Irã com a reintrodução das sanções norte-americanas ao país, após Trump ter decidido unilateralmente abandonar o acordo nuclear.
Os EUA também têm ampliado as sanções à Venezuela, que enfrenta o sucateamento da sua estatal PDVSA e a expectativa é que a produção do país siga em declínio.
A redução nos dois grandes exportadores abriria espaço em um mercado com demanda crescente para revisão no acordo de corte de produção.
Com o limite na produção, os países têm visto sua participação no mercado encolher, especialmente com o boom de crescimento na extração dos EUA, que tem batido recordes todos os meses. Segundo dados oficiais, a produção no país subiu para 10,5 milhões de barris/dia de 8,828 milhões de barris/dia em janeiro de 2017, primeiro mês do acordo de produção da Opep. O salto é de 1,67 milhão de barris/dia, quase do mesmo tamanho do corte de 1,8 milhão de barris/dia dos exportadores.
Dados de estoque no radar
Amanhã, a agência de energia dos EUA publica os números oficiais de estoques do país e a expectativa do mercado é de nova redução, na casa dos 2,7 milhões de barris na semana passada. Para os estoques de gasolina, a previsão é de queda de 0,5 milhão de barris e para os demais óleos combustíveis é de queda de 0,367 milhão de barris.