Investing.com - O volume fino de feriado pós-Ação de Graças proporcionou a condição perfeita de mercado para que os preços caíssem 8% após o salto de 2% na quarta-feira (21). Os investidores que apostam na queda do preço do petróleo também atingiram o seu alvo de longa data: piso de US$ 50 para o West Texas Intermediate (WTI), e devem conseguir isso já na próxima semana. O apoio de US$ 60 para o Brent, entretanto, foi quebrado.
WTI preparado para a maior perda mensal desde 2008
O WTI teve uma perda de US$ 4,21, ou 7,7%, negociado a US$ 50,42 por barril, após atingir uma baixa de 13 meses de US$ 50,16 - apenas a centavos de quebrar o apoio de US$ 50. Na quarta-feira, o WTI havia se estabilizado 2,2%, apesar dos dados mostrarem a nona semana seguida (e descomunal) de elevação nos estoques brutos dos EUA. Mas, agora, o WTI perdeu 35% em relação ao pico de quatro anos alcançado em outubro, de quase US$ 77 em outubro. Além disso, está prestes a encerrar novembro com perdas de 23% - a maior queda mensal desde outubro de 2008.
O Brent, referência mundial de petróleo, caiu US$ 3,38, ou 5,4%, para US$ 59,22 por barril às 17:24 (horário de Brasília), ficando abaixo dos US$ 60 pela primeira vez desde julho de 2017. Na quarta-feira, o Brent havia subido 1,2%. Mas agora está 32% menor em relação ao maior preço de quatro anos alcançado em outubro, quando foi negociado a quase US$ 87.
Ajuda o sentimento de queda a noção de que o presidente Donald Trump impediria a OPEP de cortar a produção quando o cartel se reunir em Viena em 6 de dezembro, usando seu "trunfo sem sanções" para a Arábia Saudita, que admitiu um assassinato premeditado do jornalista Jamal Khashoggi, mas nega qualquer envolvimento do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
"Os sauditas estão conversando com um tom muito mais brando sobre o preço do petróleo e acrescentando à teoria de que os EUA conseguiram fechar um acordo para serem tolerantes depois do assassinato de Khashoggi, se concordarem em manter os preços mais baixos", disse Scott Shelton. corretor de energia no ICAP em Durham, NC "Devo admitir que eu pensei que este conceito era simplesmente bobo, e mais provável de ser em um episódio de 'Homeland' no Showtime, mas o conceito continua ganhando força no mercado, já que o mercado aparentemente exige um grande corte na produção ".
Na quarta-feira, Trump twittou: “Os preços do petróleo estão caindo. Ótimo! Como um grande corte de impostos para a América e o mundo. Aproveitem! US$ 54, era apenas US$ 82. Obrigado à Arábia Saudita, mas vamos abaixar mais!”.
O colunista dos mercados de petróleo da Reuters, John Kemp, disse que os sauditas e a Opep parecem ter sido empurrados encurralados pelo presidente Trump para fazer o que ele queria.
"Trump, na verdade, concordou em ignorar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em troca da ajuda da Arábia Saudita para conter os preços do petróleo e por sua ajuda em outras áreas", escreveu Kemp em um comentário na quinta-feira. "Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha aproveitaram a vulnerabilidade do reino e de seu governante de fato, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, para pressionar mais pelo cessar-fogo parcial no Iêmen e melhorar as relações com o Catar".
"O reino também sofrerá mais pressão para cumprir as promessas de aumento nas compras de armas e investimentos no exterior, bem como ajudar na reconstrução no Iêmen", acrescentou Kemp.