Investing.com - Preços do petróleo caíam nas negociações desta segunda-feira na América do Norte, limitando fortes ganhos ocorridos durante à noite pois investidores se concentram na crescente produção de shale oil nos EUA enquanto monitoram novas tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O contrato com vencimento em julho do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA perdia US$ 0,28, ou cerca de 0,6%, com o barril negociado a US$ 47,38 às 7h55 (horário de Brasília). Chegou a subir mais de 1,5% durante a noite e atingiu US$ 48,42, pico do dia.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em agosto na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres perdiam US$ 0,33 e o barril era negociado a US$ 49,62 após chegar à máxima da sessão de US$ 50,74.
Os preços do petróleo saltaram nas negociações durante à noite em resposta às notícias de que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito cortaram relações com o Qatar após acusarem o país de apoiar o terrorismo, um rompimento sem precedentes entre os países mais poderosos do Conselho de Cooperação do Golfo.
A ação coordenada aumenta drasticamente o conflito sobre o apoio do Qatar à Irmandade Muçulmana, o mais antigo movimento islâmico do mundo, e aumenta as acusações de que Doha também sustente a agenda do Irã, arquirrival regional.
Participantes do mercado são sensíveis às tensões no Oriente Médio porque eles se preocupam com as rupturas no abastecimento da região. Entretanto, os últimos desdobramentos não parecem ter impacto direto na produção e exportação de petróleo na região.
Há preocupações com o fato de que a recuperação em curso na produção de shale oil nos EUA possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta mundial
A semana passada foi a maior semana de perdas em um mês para o petróleo, com queda de mais de 4% em meio a preocupações com a crescente produção de shale oil nos EUA.
Na sexta-feira, dados da Baker Hughes, empresa fornecedora de serviços a campos petrolíferos, revelaram que exploradores de petróleo nos EUA aumentaram o número de sondas pela 20ª semana seguida, a maior sequência já registrada, o que significa que ganhos adicionais na produção doméstica estão a caminho.
A contagem de sondas nos EUA aumentou em 11 para 733, ampliando uma recuperação de um ano na atividade de extração e chegando ao nível mais alto desde abril de 2015.
O aumento da atividade de extração nos EUA e da produção de shale oil tem neutralizado em grande parte os esforços da OPEP e de outros produtores de cortar a produção em uma ação para apoiar o mercado.
No mês passado, a OPEP e alguns produtores externos à organização, estenderam o corte de 1,8 milhão de barris por dia no abastecimento até março de 2018.
Até o momento, o acordo de cortes na produção teve pouco impacto nos níveis dos estoques globais devido ao aumento da oferta de produtores que não participam do acordo, como a Líbia e a Nigéria, e ao aumento incessante na produção de shale oil nos EUA.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em julho perdiam US$ 0,011, cerca de 0,7%, chegando a custar US$ 1,563 o galão, ao passo que contratos futuros de óleo de aquecimento com vencimento em julho perdia US$ 0,009 e foram negociados por US$ 1,475 o galão.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em julho se mantiveram pouco alterados em US$ 3,002 por milhão de unidades térmicas britânicas.