Investing.com - Os preços do petróleo caíam quase 3% nesta sexta-feira, já que a decisão de Donald Trump, presidente norte-americano, de sair do Acordo de Paris de 2015 para lugar contra a mudança climática estimulou a especulação de maior intensificação da extração nos EUA, provocando mais preocupações com o excesso global de oferta.
O contrato com vencimento em julho do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA perdia US$ 1,37, ou cerca de 2,8%, com o barril negociado a US$ 46,99 às 6h48 (horário de Brasília).
Por outro lado, contratos de petróleo Brent com vencimento em agosto na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres perdiam US$ 1,47 e o barril era negociado a US$ 49,16.
O barril de Londres deixou o nível de US$ 50 por barril, ao passo que o petróleo norte-americano ficou abaixo dos US$ 48 e tinha dificuldades em manter o nível de US$ 47 uma vez que preocupações de que a decisão tomada por Trump de abandonar o acordo climático global possa impulsionar ainda mais a extração de petróleo nos EUA.
Enquanto se espera pela última atualização ainda na sexta-feira, dados da Baker Hughes já mostraram na semana passada que o número de sondas ativas no país subiu pela 19ª semana seguida, a segunda maior sequência na história, o que significa que ganhos adicionais na produção doméstica estão a caminho.
A contagem de sondas nos EUA aumentou em 2 para 722, ampliando uma recuperação de 11 meses na atividade de extração e chegando ao nível mais alto desde abril de 2015.
O aumento contínuo causou receios de que os esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de outros países produtores para controlar o excesso global de oferta possam ser afetados.
Na reunião da semana passada em Viena, a OPEP e alguns produtores externos, liderados pela Rússia, concordaram em estender o corte no abastecimento de 1,8 milhão de barris por dia até o fim do primeiro trimestre de 2018.
Embora a ação da OPEP tenha sido amplamente esperada, alguns investidores do mercado petrolífero esperavam que os produtores efetuassem cortes mais longos ou mais profundos para reduzir o excesso global da oferta de petróleo.
Até o momento, o acordo de cortes na produção tem tido pouco impacto nos níveis mundiais dos estoques devido à crescente oferta de produtores que não participam do acordo.
De fato, um estudo da Reuters divulgado nesta quarta-feira mostrou que a produção da OPEP aumentou em maio, o primeiro aumento mensal este ano, já que uma oferta maior de dois países da OPEP dispensados do pacto de cortes na produção, Nigéria e Líbia, contrabalançaram a melhora da conformidade com o acordo por parte de outros participantes.
O cartel não realizará outra reunião oficial até o próximo mês de novembro, reduzindo as chances de seus membros de chegarem a um acordo mais aprofundado para conter o efeito de excesso global do aumento da produção nos EUA.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em julho recuavam 2,02% para US$ 1,5583 o galão, ao passo que contratos futuros de óleo de aquecimento com vencimento em julho recuavam 2,24% para US$ 1,4679 o galão.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em julho avançavam US$ 0,273 para US$ 3,015 por milhão de unidades térmicas britânicas.