Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do recuavam nesta quinta-feira, acentuando a queda após perderem as mínimas de quase seis meses na sessão anterior, devido ao aumento dos temores em relação à demanda, embora a oferta mundial continue restrita.
Às 11h54 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano caía 1,81%, a US$ 89,02 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 2,25%, a US$ 94,60, no mercado futuro.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA recuava 3,14%, a US$ 2,8115 por galão.
Ambos os contratos recuaram cerca de 4% na quarta-feira, atingindo seu nível mais baixo desde fevereiro, após dados da Administração de Informações Energéticas dos EUA mostrarem um surpreendente aumento de 4,5 milhões nos estoques petrolíferos do país na semana passada.
A alta dos estoques, especialmente durante a temporada de viagens automotivas de verão, elevou os temores de que os preços do petróleo estejam pesando sobre a demanda no maior país consumidor do produto no mundo.
Intensificando ainda mais as preocupações com a demanda mundial, o Banco da Inglaterra decidiu subir sua taxa básica de juros em 50 pontos-base, na tentativa de conter a inflação que pode atingir mais de 13% no fim deste ano, segundo a instituição.
O BOE previu ainda que a economia do Reino Unido entrará em recessão no quarto trimestre de 2022, o que também deve acontecer com a maioria das economias da Europa continental neste ano.
O que contrariou esse cenário foi a notícia de que a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, elevará seus preços oficiais a níveis recordes a partir de setembro para seus clientes asiáticos, sugerindo a continuidade da demanda na região.
Pelo lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) concordaram em aumentar a oferta em 100.000 barris por dia em sua reunião de quarta-feira.
“Contudo, é pouco provável que essa quantidade de petróleo chegue ao mercado, pois muitos produtores não conseguem elevar sua oferta. Esse aumento, aliás, é desprezível em comparação com a oferta global de petróleo de cerca de 100 mbpd. Em outras palavras, é praticamente nada”, afirmou Ellen Wald, presidente da Transversal Consulting.
“A Opep+ não avançou praticamente nada, esperando para ver se a recessão mundial pode prejudicar a demanda e fazer os preços do petróleo despencarem ou se os países ocidentais implementarão suas próprias sanções ao óleo da Rússia.
É improvável que a Opep+ tente propor um novo acordo de produção mais longo até que seus membros tenham uma perspectiva melhor de como esses fatores impactarão o mercado.”
A Reuters informou que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, líderes de facto da Opep, estão prontos para realizar “significativos aumentos” na produção petrolífera caso o mundo enfrente uma grande crise de oferta neste inverno no Hemisfério Norte, mas há dúvidas quanto à capacidade ociosa desses dois grandes países produtores.