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Petróleo deve continuar volátil diante de possível sanção americana contra Rússia

Publicado 20.02.2022, 09:02
Atualizado 20.02.2022, 16:01
© Reuters

Por Barani Krishnan

Investing.com -- O rali incessante do petróleo parou após oito semanas. Ou será que parou?

Com a vela de cinco minutos do petróleo se invertendo a cada três barras esta semana, os nervos dos investidores foram fustigados de modo inacreditável, independente do lado em que estavam. 

Quando o fim do pregão chegou às 17:00h de sexta-feira, muitos estavam contentes que a semana tinha finalmente terminado. 

Ao longo do dia, os textos que recebi de alguns operadores foram invariavelmente nessa linha: "Droga, estou em queda de novo"! (Este veio de um long que vem apostando que os tambores de guerra na Ucrânia vão trazer uma novas alta de US$ 97) ou "Caramba, eu simplesmente não consigo ganhar isso"! (Esta é de um urso que achava que as vertentes surgindo da evolução do acordo nuclear do Irã em Viena acabariam afundando o petróleo para abaixo dos US$ 88).

No final, os longs venceram no dia com o Brent, puxando o mercado da mínima de US$ 90 de volta para os níveis intermediários de US$ 93. Mesmo assim a referência global do petróleo caiu 1% na semana, interrompendo uma sequência de oito semanas de ganhos que se mostrou uma vitória para os ursos. Os shorts também comemoraram nos dois lados do WTI, forçando uma queda no preço de referência dos EUA de quase 1% no dia e 2% na semana.

Qualquer um que conte com a continuação dessa ordem de jogo quando os mercados reabrirem oficialmente após o feriado de segunda-feira do Dia dos Presidentes nos EUA, provavelmente está subestimando a gravidade da volatilidade que está sendo criada para o petróleo. 

Isto porque, logo após o fechamento do pregão regular na sexta-feira, as "verdadeiras notícias" que os investidores esperaram ao longo de todo o dia surgiram - que a Casa Branca poderia efetivamente aplicar sanções contra a Rússia já na próxima semana. 

O Presidente Biden citou sanções cinco vezes no seu discurso daquela noite, reforçando a convicção de Vladimir Putin de que a Rússia seria penalizada, mesmo que não aprofundasse as hostilidades atuais. No entanto, Moscou foi menos que veemente ao negar a provocação russa dos rebeldes ucranianos em Donbas, como afirmado por Washington. Depois, houve o bombardeio de um jardim de infância ucraniano, que, segundo Biden, tinha todos os indícios de ser trabalho dos russos.

Se ainda havia alguma aparência de calma em relação às ações iminentes dos EUA contra o Kremlin, isso se deveu à garantia da Casa Branca de que o primeiro pacote de sanções ainda não impediria a Rússia de acessar o sistema bancário internacional SWIFT. De todos os riscos atrelados à crise, esta consequência representaria o pior impacto financeiro para a Rússia, tornando seu petróleo teoricamente tão difícil de negociar como o do Irã. Considerando-se a situação distendida da oferta do petróleo no mercado - tanto real como exagerada - a possível ascensão do petróleo para US$ 100, ou mesmo US$ 125 por barril, não devem ser contestada.

Por outro lado, o Irã está trabalhando de forma lenta e consistente para voltar ao mercado legítimo de exportações de petróleo a cada dia.

A minuta de condições, ou melhor, o roteiro para o retorno, apresentado a Teerã pelas potências mundiais, busca primeiro garantia cumprimento por parte do Irã, bem como provas de que o país trouxe seu enriquecimento nuclear a níveis que praticamente não prejudicariam mais o mundo. Tendo em conta as exigências anteriores de Teerã de que a suspensão das sanções sobre o seu petróleo não esteja sujeita a condicionamento algum, e que obedecerá a todas as decisões depois, fica a pergunta se a minuta está condenada a falhar já do começo. 

Se for possível acreditar na palavra do principal negociador nuclear do Irã, Ali Bagheri Kani, "nada está acordado até que tudo esteja acordado". No entanto, foi também Kani que anunciou com júbilo esta semana que "estamos mais perto que nunca de um acordo". Foi esse seu tuíte que derrubou os preços do petróleo em quase US$ 5 por barril em determinado momento da semana passada. 

Como disse o Ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, a seu parlamento: "São necessárias decisões políticas dos iranianos. Ou eles desencadeiam uma grave crise nos próximos dias, ou aceitam o acordo que respeita os interesses de todas as partes. Chegamos agora ao ponto crucial. Não é uma questão de semanas; é uma questão de dias para um acordo. Portanto, ainda é possível alcançado um acordo em circunstâncias extraordinárias".

Para adoçar a ressurreição do acordo nuclear de 2015, as potências mundiais também acenam com US$ 7 bilhões para o Irã, que na verdade é o próprio dinheiro da República Islâmica preso em bancos da Coreia do Sul devido às sanções impostas por Washington. A liberação desses fundos ocorreria em troca da libertação de prisioneiros ocidentais detidos no Irã, o que o principal negociador dos EUA, Robert Malley, disse ser uma exigência.

É provável que o Irã concorde com esta troca de dinheiro por prisioneiros, uma vez que os recursos seriam extremamente úteis para suas necessidades econômicas imediatas (os detratores argumentariam que o dinheiro permitiria à República Islâmica agir com maior intensidade contra Israel e os interesses Ocidentais). Mas também podemos assistir o Irã reinvestindo uma parcela significativa do dinheiro para a reconstrução da sua indústria petrolífera. Isto ajudaria a expandir a produção para além da capacidade atual e desafiaria outros países na OPEP e sua extensão, a OPEP+,  por maior participação de mercado. Um maior número de barris vindos do Irã significaria maior pressão de baixa sobre os preços da commodity.

Para recapitular as últimas semanas, os riscos para o petróleo pelo lado do Irã são o potencial retorno de um milhão de barris diários ou mais para o mercado (esta estimativa continua controversa); estima-se que o desbloqueio de cerca de 12 milhões a 14 milhões de barris de petróleo iraniano seja realizado como "armazenamento caucionário" em portos chineses; e que os preços menores do petróleo de Teerã, em relação principalmente ao petróleo saudita, conquistem rapidamente participação de mercado. 

Embora tudo isso seja preocupante para o sonho de preços mais altos por mais tempo dos touros do petróleo, um artigo da Reuters da semana passada disse de forma sorrateira que a OPEP+ irá trabalhar para incorporar com rapidez o Irã à sua estratégia - um reconhecimento de como um exportador de petróleo faminto e competitivo com barris para vender poderia perturbar a estratégia da aliança de esmagar a produção a fim de criar escassez artificial de oferta.

Como escrevi no início desta semana, os riscos do Irã e da Rússia são tão opostos no mercado do petróleo - com o primeiro representando o caso de um urso (mais barris de Teerã) e o segundo, um touro (sanções dos EUA sobre exportações russas de energia em caso de invasão) - que vale a pena examinar as permutações em cada um. 

Nos meus anos escrevendo e analisando o mercado de petróleo, raramente dois temas divergentes coexistiram tão próximos para criar a narrativa e os preços do petróleo bruto. 

Preço do petróleo e perspectivas técnicas

O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 0,57, ou 0,6%, a US$ 93,54 por barril.  Na semana, o Brent caiu 1%, em seu primeiro recuo semanal após sete semanas de ganhos que aumentaram em cerca de 27% o valor de referência global da commodity.

O petróleo WTI, referência do petróleo nos EUA, fechou em queda de US$ 0,69, ou 0,8%, US$ 91,07. Na semana, o WTI caiu cerca de 2%, sua primeira queda semanal após um rali de sete semanas que gerou ganhos de 31% para a referência de petróleo dos EUA.

Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico chefe do skcharting.com, disse que o WTI poderia voltar a testar US$ 95,80 e se aproximar dos célebres níveis de US$ 100 e US$ 106,80 na próxima semana, ou mesmo cair abaixo de US$ 89 - tal é a gama de um mercado sendo puxado de todas as direções após um rali de dois meses que parece ter chegado ao ponto de exaustão.

"Com certeza, vimos uma pausa na série de oito semanas de ganhos. Com isso, o WTI formou uma possível reversão de queda de preços a US$ 95,80, com um fechamento semanal de US$ 91,80 e suporte na Média Móvel Exponencial de 5 semanas de US$ 89,80, testando a mínima de US$ 89".

Dixit acrescentou que a leitura estocástica do WTI, de 88/92, cria um cruzamento negativo, enquanto a leitura do seu Indicador de Força Relativa de 67 começou a apontar para baixo, indicando a possibilidade de correção adicional se os preços romperem abaixo dos US$ 89.

"A perspectiva para a semana que se aproxima é um pouco pessimista, com reações mistas entre a resistência de US$ 95,80 e o suporte de US$ 89. As reações às retrações de 50% e 61,8% de US$ 92,40 e US$ 93,20 serão monitoradas de perto pelos ursos, em busca de uma oportunidade. Um novo teste e a falha em se consolidar acima desta zona podem estender a correção para US$ 84,80, seguidos de US$ 78 por um longo período de tempo. Mas se os preços se consolidarem acima desta área, é provável que o petróleo volte a testar US$ 95,80 e se aproxime dos célebres US$ US$ 100 e de US$ 106,80".

Preço do ouro e atividade do mercado

Os preços do ouro despencaram na sexta-feira mas fecharam em alta pela terceira semana consecutiva, com o maior ganho semanal em três meses, com a combinação de preocupações geopolíticas com o conflito entre Rússia e Ucrânia e da inflação elevada dos EUA levando uma horda de compradores ao porto seguro do metal dourado.

O contrato mais ativo do ouro na Comex de Nova Iorque, para abril, recuou US$ 2,20, para fechar a negociação de sexta-feira com queda de 0,1% a US$ 1.899,80 por onça às vésperas do feriado prolongado nos EUA em função do feriado do Dia dos Presidentes nos EUA na segunda-feira.

Na semana, contrato futuro de referência do ouro subiu 3,1%, seu maior avanço em uma semana desde novembro.

No início de sexta-feira, ele atingiu um pico intradiário de US$ 1.905, assinalando a máxima de oito meses, sendo o mês de junho a última vez que o ouro atingiu os níveis de US$ 1.900.

"Os preços do ouro tiveram um excelente mês de fevereiro e devem encontrar resistência crítica ao redor do nível de US$ 1.930", disse Ed Moya, analista na plataforma de negociação on-line OANDA.  "Como a segunda-feira é um feriado nos EUA, isso pode se manter caso as tensões na Ucrânia não se agravarem ainda mais". 

"Em apenas alguns meses, os investidores fizeram uma reviravolta no ouro", acrescentou Moya. "Wall Street passou da expectativa de um crescimento econômico robusto, de cerca de 4% este ano, e um retorno à normalidade no ano que vem, para o receio de que um aperto agressivo do Fed possa inverter a curva no próximo ano e jogar esta economia para uma recessão no início de 2024".

A economia norte-americana cresceu 5,7% em 2021, o maior crescimento desde 1984, em comparação com uma retração de 3,5% em 2020 causada pela pandemia do coronavírus. 

Mas a inflação cresceu ainda mais rápido, com o índice de preços ao consumidor expandindo-se 7% em um ano até dezembro, seu maior avanço desde 1982. 

A ferramenta de inflação preferida do Federal Reserve, o Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal, que exclui a volatilidade dos preços dos alimentos e da energia, cresceu 5,8% em um ano até janeiro. 

O Fed reduziu as taxas de juros para quase zero após o início da pandemia de coronavírus, em março de 2020.  Espera-se que, este ano, ele recorra a uma série de aumentos de taxas para combater a inflação. 

Perspectiva técnica do ouro

De acordo com Dixit, do skcharting, o ouro parece apresentar, em grande parte, uma dinâmica ascendente, que poderia atingir os US$ 1.975 no médio prazo.

Dixit observou que o ouro registou a sua terceira semana positiva após um forte impulso provocado pelos receios do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, cruzando os US$ 1.900 até um valor máximo de US$ 1.902 e completando um salto de US$ 58 antes de fechar a semana a US$ 1.897, ligeiramente abaixo dos US$ 1.900.

"O estocástico, o RSI e o MACD estão todos posicionados para um rali maior, enquanto algumas correções saudáveis dificilmente podem ser descartadas", disse Dixit. "Quanto à semana à frente, os preços serão em grande parte direcionados por eventos geopolíticos que poderão continuar a deixar as negociações de ouro instáveis e voláteis".

Dixit disse que o suporte a curto prazo foi visto entre US$ 1.890 e US$ 1.886, enquanto o momento de alta pode se afirmar acima dos US$ 1.902, tendo como alvo os níveis subsequentes de US$ 1.916 - US$ 1.920 e US$ 1.950 - US$ 1.975.

"No entanto, a ressalva é que, se o ouro romper para baixo e sustentar uma movimentação abaixo dos US$ 1.890 - US$ 1.886, o valor será forçar os US$ 1.874 - um nível crítico que poderá desencadear uma nova queda de US$ 1.860 para US$ 1.825 dólares".


Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

Últimos comentários

Excelente abordagem!
Bolsonaro trabalhando para baixar o preço dos combustiveis, o que é um grande dedafio com mais de 25% de imposto estadual e depois que o PT limpou a petrobras e roubou todo o dinheiro para construcao de 3 refinarias no Brasil. Mais um mandato e as pessoas de bem desse pais (grande maioria) vão colocar tudo nos trilhos e acabar com a mamata dos comunistas no Brasil.
Petrobrás tá segurando aumento dos combustíveis ⛽ para tentar "salvar" bolsonaro (#d0id0dob0z0). mas agora "Inês já é m0rta". com 64% de R.E.J.E.I.Ç.Ã.O bolsonaro receberá aviso prévio em 02/10/2022, e sairá em 31/12/2022 como CULPADO pelas +644 mil m0rtes por covid-19. #governoDeM.E.R.D.A
Ele acredita na Globo, Cnn, papai Noel e Lula livre, kkkk.Covid matou no mundo inteiro, e não só aqui no Brasil... e lembre que a primeira vacina que o Sr. Dória queria entalar em nossas gargantas (SP) tinha a eficácia muito duvidosa!Lula líder em pesquisa é uma piada, triste e sem graça!
esta segurando por causa da PEC se ele subir antes de aprovar ai vai ser pior.
Mais um globolobotomizado.
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