Investing.com - O petróleo disparou 5% no pregão desta quarta-feira com o inesperado acordo entre os países da Opep para limitar a produção. Os detalhes do acordo não foram divulgados e só deverão ser inteiramente conhecidos na reunião anual do grupo marcada para 30 de novembro em Viena.
Os futuros da commodity negociados na bolsa de Nova York chegaram a superar os US$ 47,40, em um ganho de mais de US$ 3/b frente à mínima de USR 44,37 no intraday. Os contratos são negociados a US$ 46,80/b, alta de 4,8%.
Já o Brent, negociado em Londres, acumula alta de 5,3% frente ao fechamento de ontem, aos US$ 48,95/b. No intraday, a commodity alcançou os US$ 49,49/b, máxima de quase 20 dias.
De acordo com a Reuters, os países da Opep aceitaram cortar a produção do cartel dos atuais 33,24 milhões de barris/dia para 32,5 milhões de barris. Os números de cada país, contudo, só serão estabelecidos na reunião de novembro. Com o novo patamar de extração, o grupo deverá buscar a cooperação de outros grandes produtores para reduzir a sobreoferta.
Nos últimos dias, o mercado via com descrença a possibilidade de um acordo ser firmado na reunião de informal sediada pelo grupo paralelamente ao Fórum Internacional de Energia, na Argélia.
O Irã e a Arábia Saudita, rivais regionais, não pareciam ter chegado a um acordo para estabelecer limites de produção. Com realidades recentes bem distintas, representantes dos dois países diminuíram as expectativas do mercado ao tratar o encontro como “consultivo” e não decisivo.
O reino saudita faz pressão para que seu rival também participe do acordo e ofereceu cortar sua produção desde que o Irã aceite congelar e manter a extração no patamar atual. A Arábia Saudita vem pressionando sua produção para níveis recordes desde o início do ano, enquanto prepara uma proposta de acordo. O corte proposto pelo reino levaria à produção para seus níveis de janeiro, perto de seu patamar histórico.
Enquanto isso, o Irã teria, pela proposta feita pelo reino saudita, que limitar sua produção nos atuais 3,6 milhões de barris/dia. O país persa busca elevar sua produção para o patamar histórico de 4 milhões de barris/dia, frente aos 2,7 milhões de barris/dia do começo do ano, após anos de pressão sobre sua economia pelas sanções ocidentais ao seu programa nuclear. Com o fim das penalidades, o Irã quer retomar seu espaço no mercado, que foi deprimido nos anos anteriores.
Em abril, uma proposta de acordo da Opep foi detonada no último dia da reunião extraordinária após a Arábia Saudita condicionar sua participação à do Irã.
Por fora, a Rússia, que também bombeia uma produção recorde desde o fim da União Soviética, busca acertar os ponteiros entre os grandes players da Opep para limitar a produção global e cortar a sobreoferta. O país fechou um acordo com a Arábia Saudita para agirem conjuntamente na tentativa de estabilizar o mercado.
Mais cedo, a cotação do petróleo recebeu um impulso com a nova queda dos estoques de petróleo dos EUA. Segundo a agência de energia do país, a tancagem caiu 1,88 milhão de barris, contrariando previsões de alta de 2,99 milhões de barris
Os estoques de gasolina aumentaram 2 milhões de barris e os demais derivados caíram 1,9 milhão de barris.