Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo abriram o dia com valorização nesta quinta-feira, abandonando a mínima de três semanas em meio a preocupações com abastecimento, mesmo depois do anúncio das principais nações consumidoras sobre planos de liberação de grande quantidade de petróleo bruto de reservas estratégicas.
Às 9h45 (horário de Brasília), os futuros do WTI dos EUA eram negociados com alta de 1,5%, a US$ 97,67 o barril, enquanto os contratos do Brent subiam 1,2%, para US$ 102,28. Os futuros da gasolina RBOB dos EUA subiram 1,3%, a US$ 3,0873 o galão.
Ao longo do dia, as cotações recuaram, chegando a tocar o campo negativo. Mas houve recuperação em seguida. Por volta das 16h58, o futuro do barril do brent era negociado a US$ 101,28, alta de 0,21%. E o WTI a US$ 96,92, avanço de 0,72%;
Ambos os benchmarks do petróleo recuaram mais de 5% na quarta-feira chegando aos níveis de fechamento mais baixos desde 16 de março, depois que países integrantes da Agência Internacional de Energia concordaram em liberar 60 milhões de barris de petróleo das reservas de emergência em uma tentativa de conter os preços.
Isto segue o anúncio do governo Biden na semana passada de uma liberação de 180 milhões de barris da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA.
“Esses volumes são significativos, embora ainda fiquem aquém dos 2 MMbbl/d das perdas russas que esperamos devido à autossanção”, afirmaram analistas do ING em nota. "Embora a liberação das reservas estratégicas dos EUA tenha colocado pressão na extremidade frontal da curva, vemos força mais abaixo na curva, dada a expectativa de que os estoques precisarão de reposição em uma data posterior."
No entanto, apesar desses barris adicionais atingirem o mercado global, o mercado de petróleo bruto permanece em torno do nível de US$ 100/bbl, com as sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia pressionando um mercado já apertado.
Até agora, a União Europeia evitou sancionar setores do petróleo e gás russos, dada a dependência que alguns países, em particular a Alemanha, têm das importações provenientes da Rússia.
No entanto, as pressões sobre o bloco vêm aumentando conforme surgem histórias sobre atrocidades cometidas por tropas russas contra civis ucranianos.
A Ucrânia reiterou, na quinta-feira, a exigência de que a UE imponha um embargo total ao petróleo e gás da Rússia, enquanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Dmytro Kuleba, se dirigiu aos membros da OTAN em uma reunião destinada a manter o apoio às sanções sobre Rússia.
Em outros lugares, dados da Energy Information Administration, divulgado quarta-feira, mostraram que os estoques de petróleo dos EUA aumentaram mais de 2 milhões de barris na semana passada, o primeiro aumento em três semanas, levantando questões sobre a demanda de energia no maior consumidor de petróleo do mundo.
Além disso, o confinamento em Xangai, centro financeiro da China, se estendeu até o dia 11. Dados mostram que a movimentação aérea na China está em seu nível mais baixo desde o início da pandemia da Covid-19 em Wuhan, há dois anos.
A China é o maior importador de petróleo do mundo, e um bloqueio prolongado pode ter um impacto significativo na demanda global ao longo do tempo.