Investing.com - Os preços do petróleo voltaram para as baixas de abril no pregão norte-americano desta segunda-feira, reaproximando-se do território negativo uma vez que os sinais de aumento da produção nos EUA e entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo influenciaram.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo com vencimento em setembro atingiu uma baixa da sessão de US$ 40,88 por barril. O petróleo dos EUA foi negociado a US$ 41,05 por barril, às 12h40GMT, ou 08h40 ET, uma queda de 55 centavos, ou 1,32%.
Na sexta-feira, o petróleo negociado em Nova York perdeu US$ 40,57, um nível não visto desde 20 de abril, após dados terem mostrado que a contagem de plataforma de petróleo nos EUA subiu pela quinta semana consecutiva na semana passada.
De acordo com a prestadora de serviços petrolíferos, Baker Hughes, o número de plataformas de perfuração de petróleo nos EUA aumentou em 3 na semana passada, para 374, a quinta semana consecutiva de ganhos e a oitava alta em nove semanas.
O novo ganho da atividade de perfuração dos EUA alimentou as especulações de que a produção nacional poderia estar prestes a se recuperar nas próximas semanas, evidenciando as preocupações com um excesso de oferta.
Na semana passada, os futuros de petróleo negociados em Nova York perderam US$ 2,60, ou 5,86%, a segunda semana consecutiva de perdas. Em julho, os preços do petróleo nos EUA caíram 14%, seu pior desempenho mensal em um ano.
Os futuros de petróleo WTI estão quase 20% abaixo das altas de 2016, acima do nível de US$ 50 o barril, ficando tecnicamente em território que indica tendência à baixa, uma vez que sinais de uma recuperação na atividade de perfuração dos Estados Unidos combinados com um maior estoque de produtos combustíveis pesaram.
A Energy Information Administration dos EUA informou que as reservas de gasolina aumentaram 452.000 milhões de barris na semana passada. Apesar de estarmos na metade da alta-estação de verão nos EUA, o que resulta em uma maior demanda de petróleo, as reservas de gasolina estão bem acima do limite superior da faixa média, de acordo com a EIA.
Na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em outubro caíram 61 centavos, ou 1,4%, para US$ 42,92 por barril, após terem atingido uma baixa de três meses de US$ 42,52 na sexta-feira.
Na semana passada, os futuros de petróleo Brent negociados em Londres perderam US$ 3,24, ou 7,07%, a segunda perda semanal consecutiva. Os preços do Brent encerraram o mês de julho com uma perda mensal de 12,7%, uma vez que as perspectivas para o aumento das exportações dos produtores do Oriente Médio e no Norte da África, como o Iraque, Nigéria e Líbia, somaram-se às preocupações de que um excesso de produtos petrolíferos cortará a demanda por petróleo bruto pelas refinadoras.
A produção de petróleo da OPEP deve atingir o nível mais alto da história em julho, de acordo com uma pesquisa da Reuters divulgada na sexta-feira, uma vez que o Iraque está bombeando cada vez mais e a Nigéria está exportando petróleo apesar de ataques de militantes às instalações de petróleo.
O abastecimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo subiu para 33,41 milhões de barris por dia (bpd) em julho de 33,31 milhões de barris por dia em junho, de acordo com o levantamento baseado em dados de navegação e informações de fontes da indústria.
Enquanto isso, na Líbia, o governo do país chegou a um acordo com uma brigada que controla os portos petrolíferos de Ras Lanuf e Es Sider, os principais terminais de petróleo que estão fechados desde dezembro de 2014, para reiniciar as exportações como parte de um acordo político.
Os preços do Brent caíram quase 18% desde a alta de US$ 50 no início de junho, uma vez que os grandes níveis de estoques de produtos de gasolina ofuscavam as perspectivas futuras para o petróleo.
De acordo com especialistas do mercado, os altos estoques de produtos combustíveis em meio à desaceleração da demanda mundial devem manter os preços sob pressão no curto prazo.