Investing.com - Os preços do petróleo fecharam em alta em uma sessão volátil nesta terça-feira com compradores e vendedores medindo força com notícias de interrupções de oferta e a commodity tocando na máxima de quase quatro anos.
Em Nova York, o contrato futuro do WTI para entrega em agosto subiu US$ 0,20, ou 0,3%, para US$ 74,14 por barril. Pela manhã, a referência dos EUA superou os US$ 75 o barril pela primeira vez desde novembro de 2014.
Na Bolsa Intercontinental de Londres, o Brent avançou US$ 0,46, ou 0,65%, e encerrou a sessão negociado a US$ 77,76 por barril, depois de tocar os US$ 78,55 por barril no intraday.
A sessão foi marcada por uma forte volatilidade nos preços com os compradores dominando a primeira parte dos negócios e levando a commodity para máximas desde 2014. Com o topo e a perda de força, os vendedores passaram a ditar as regras, impulsionados pela expectativa de maior produção na Arábia Saudita.
"O reino está preparado para utilizar sua capacidade de produção quando necessário para lidar com quaisquer mudanças futuras nos níveis de oferta e demanda", disse um comunicado do gabinete, após uma reunião presidida pelo rei Salman bin Abdulaziz.
No final de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que conversou com o rei saudita e que ele havia concordado em elevar a extração em até 2 milhões de barris/dia.
O tombo na sessão provocou nova onda compradora que domina o mercado nas últimas semanas com a expectativa de interrupções na oferta global.
O noticiário tem sido otimista para os preços com paralisação de campo nas areias betuminosas do Canadá, com capacidade de entregar até 350 mil barris/dia após blecaute. A Líbia viu sua capacidade de exportação reduzida em cerca de 850 mil barris/dia com conflito entre o governo central e milícias armadas.
Ainda no radar, estão o sucateamento da estatal venezuelana PDVSA que tem bombeado cada vez menos petróleo e a reimposição de sanções norte-americanas ao Irã, que deverá afetar fortemente a capacidade do país persa de exportar a commodity.
Alguns analistas questionam a capacidade da Arábia Saudita de compensar o risco de escassez de oferta global de petróleo.
O Morgan Stanley (NYSE:MS) disse que espera um déficit de 600 mil barris por dia nos próximos seis meses, depois de rever suas estimativas sobre a perda do petróleo iraniano.
O banco prevê que o impacto das sanções norte-americanas às exportações iranianas reduzirá os embarques em 1,1 milhão de barris por dia até o final do ano. Isso é mais alto do que as estimativas para um declínio de 700.000 barris por dia até 2019.
Ainda hoje, o grupo privado API publica seus números de estoques de petróleo nos EUA. Os dados oficiais serão divulgados na quinta-feira, um dia de atraso, por causa do feriado de 4 de julho. A expectativa do mercado é de uma queda de 3,54 milhões de barris, enquanto a reserva de gasolina deverá ter reduzido 817 mil barris e a de demais óleos combustíveis, 545 mil barris.