O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, 8, mas acumulou perdas ao longo da semana. Operadores reavaliam os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, diante de notícias de liberação de reservas estratégicas da commodity pela Agência Internacional de Energia (AIE) e Estados Unidos. O lockdown em Xangai também esteve no radar.
O petróleo WTI para maio fechou alta de 2,32% (US$ 2,23), a US$ 98,26 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para junho subiu 2,19% (US$ 2,20), a US$ 102,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Os contratos acumularam perdas de 1,01% e 1,54%, respectivamente, na semana.
A Capital Economics destaca que as recentes liberações de reservas de petróleo têm adicionado pressão sobre os preços do petróleo. Ainda assim, a consultoria avalia que tais lançamentos no mercado "são mais um esparadrapo do que uma solução".
Mesmo ajudando a compensar as menores exportações pela Rússia, essa também é uma medida de último recurso e aponta para preocupação generalizada de cortes na oferta, avalia a Capital.
Em relatório, a consultoria lembra que os estoques são finitos e que, em algum momento, a produção de petróleo terá que subir caso a commodity russa seja permanentemente banida por compradores do Ocidente.
Na Oanda, o analista Edward Moya afirma que os preços se estabilizaram, mas que o número crescente de plataformas ativas de petróleo está se encontrando com escassez de mão de obra, o que atrasará alguns aumentos na produção de petróleo nos EUA. "O mercado de petróleo ainda está apertado, mas se os lockdowns da China não tiverem fim à vista, os preços do petróleo ainda poderão enfraquecer ainda mais, entre 3% e 5%."
Por sua vez, o Commerzbank ressalta que esta semana de perdas para os ativos segue a semana de maiores perdas em dois anos no mercado de petróleo. Com a liberação de reservas, há um reflexo nas tendências de preço: "os preços do petróleo estão quase de volta ao patamar que antecedeu a guerra na Ucrânia, cerca de seis semanas atrás".
A extensão do lockdown em Xangai "sem dúvidas" também contribuiu para recuo nos preços, avalia o banco alemão.