Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, em uma sessão na qual a commodity foi impulsionada pelas perspectivas para a China. Os protestos contra a política de covid-zero no país e alguns possíveis relaxamentos nas restrições levaram expectativa de que a demanda possa se recuperar na segunda maior economia do mundo. Enquanto isso, eventuais cortes na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e os efeitos de um teto para os preços dos hidrocarbonetos russos seguiram acompanhados de perto.
O barril do petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 1,24% (US$ 0,96), a US$ 78,20 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para fevereiro avançou 0,43% (US$ 0,36), a US$ 84,25 na Intercontinental Exchange (ICE).
O Commerzbank nota flutuações consideráveis no mercado de petróleo devido à incerteza em torno da política zero-Covid da China e o curso futuro da Opep+. Para a Capital Economics, "sinais concretos de um esforço para sair da covid zero estão surgindo", com o anúncio hoje do esforço para vacinar os idosos. "Se tudo correr bem, a China poderá relaxar significativamente os controles de covid no próximo ano", diz a consultoria. Já a Opep+, provavelmente manterá a sua política de produção de petróleo inalterada na reunião de domingo, disseram cinco fontes à Reuters, embora duas outras fontes tenham dito que um corte adicional na produção também deve ser considerado para reforçar os preços que caíram devido aos temores de desaceleração econômica.
Representantes da União Europeia falharam novamente em entrar em acordo com os termos para um teto de preço nas vendas do petróleo russo, com as negociações sobre os detalhes do programa de sanções continuando há menos de uma semana para a implementação. As negociações podem ser retomadas, considerando que a UE está acelerando o processo para liberar o teto de preços antes de 5 de dezembro.
Já a Rússia não fornecerá petróleo aos países sob os termos do teto de preço, mesmo que seja mais lucrativo, disse o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak. Atualmente, a Rússia fornece petróleo para vários países com um desconto significativo, que oscila em torno de US$ 20 em relação ao preço do petróleo Brent. A Agência Internacional de Energia (AIE) espera que a produção russa de petróleo seja reduzida em cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia até o final do primeiro trimestre do ano que vem, disse à Reuters seu chefe Fatih Birol nos bastidores de uma conferência de energia. Para o Commerzbank, o embargo provavelmente resultará em um aperto perceptível no mercado de petróleo no início de 2023. "Esperamos, portanto, o preço do Brent voltar a subir para US$ 95 o barril nas próximas semanas", avalia o banco alemão.