Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, impulsionados por relatos de disciplina no cumprimento do acordo de corte na oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que realiza reunião de monitoramento na quarta-feira. Além disso, houve otimismo dos mercados em geral, em meio às tratativas sobre um novo pacote fiscal nos Estados Unidos. Diante desse cenário, o Brent chegou a atingir a maior nível em 11 meses, e o avanço do petróleo em alguns momentos esteve próximo de 3%.
O petróleo WTI para março encerrou a sessão com ganho de 2,26%, a US$ 54,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para abril avançou 1,97%, a US$ 57,46 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A produção de petróleo nos países da Opep+ em janeiro aumentou menos do que o esperado, de acordo com levantamentos independentes. O Commerzbank avalia que embora isso "se deva em grande parte a fatores especiais, como interrupções involuntárias de produção na Nigéria, a notícia foi bem recebida pelo mercado". No Casaquistão, foi registrada queda de 2% na produção.
Mesmo sem esses fatores, o cumprimento dos cortes de produção teria ficado em torno de 100% na maioria dos países, de acordo com o banco alemão. O tema é observado com atenção, uma vez que na quarta-feira é realizada reunião do Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) da Opep+.
Outro fator observado com atenção no mercado é o avanço nas tratativas por um novo pacote fiscal nos EUA. A injeção dos US$ 1,9 trilhão de dólares propostos pelo presidente Joe Biden poderia estimular a demanda no país, que é maior consumidor mundial de petróleo. Na segunda-feira, um grupo de senadores republicanos se reuniu com o líder democrata, e chamou de "excelente" a conversa. No país, nesta terça é divulgado o relatório semanal do American Petroleum Institute (API) sobre os estoques da commodity energética.
Por outro lado, a alta no dólar conteve os avanços do preço do barris. O fortalecimento da moeda americana perante os pares durante a sessão torna o petróleo mais caro para detentores de outras divisas, o que reduz a demanda.