Os contratos futuros de petróleo registraram ganho, nesta segunda-feira, 22. A commodity chegou a estender perdas recentes, mas houve espaço para uma recuperação, em jornada volátil. Investidores seguiam com foco importante nas negociações da elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, bem como nas tensões entre Estados Unidos e China, por seus potenciais efeitos sobre a demanda.
O contrato do WTI para julho fechou em alta de 0,50% (US$ 0,36), em US$ 72,05 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 0,54% (US$ 0,41), a US$ 75,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Ainda antes do fechamento, a Oanda destacava a volatilidade dos preços do óleo, com investidores atentos às negociações sobre o teto e também às tensões entre as duas potências.
Em Washington, havia expectativa por uma reunião após o fechamento dos mercados entre o presidente americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy. Antes do encontro, McCarthy disse que o diálogo entre as equipes sobre o tema continua, mas ainda sem acordo. Segundo o congressista, o acordo poderia sair nesta segunda ou na terça-feira.
A Oanda comentava ainda que a aquisição pela Chevron (NYSE:CVX) da PDC Energy deve ajudar a petroleira em suas bacias de produção nos EUA. Mas advertia que isso não significa um impacto para a produção do país no curto prazo. Para a Oanda, de qualquer modo os contratos de petróleo devem ficar oscilando, com investidores à espera de novidades no quadro macroeconômico.
Na frente geopolítica, o governo da China pediu que os EUA parem de interferir em questões internas. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de St. Louis, James Bullard, mencionou o potencial "desacoplamento" entre as duas economias uma questão importante atual, em evento nesta segunda.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) avalia em relatório a queda dos contratos de petróleo ao longo do último ano.
Segundo o banco, a demanda não explicaria o fato, já que houve revisões em alta nela desde o último outono no Hemisfério Norte.
O Goldman acredita que 80% da onda de vendas da commodity é fruto da liberação de estoques pela Rússia e das reservas estratégicas dos EUA, com os temores de recessão nos EUA e de desaceleração da China também pesando nos preços.
O banco considera, porém, que o mercado "está muito pessimista", em quadro ainda de déficits na oferta do óleo que tendem a apoiar os contratos.