Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, em sessão na qual as perspectivas para a demanda e as dificuldades da União Europeia para impor o embargo às importações russas pesaram nos preços. Ainda assim, analistas acreditam que dificilmente as cotações terão uma queda rápida, sustentando um nível próximo de US$ 100 por algum tempo. Um elemento destacado como importante para o futuro dos preços é a velocidade na qual países exportadores irão aumentar sua produção.
O petróleo WTI para junho fechou em baixa de 0,47% (US$ 0,52), a US$ 109,77 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para agosto recuou 0,08% (US$ 0,09), A US$ 110,69 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Nesta terça, segundo a CNBC, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse esperar que a UE aprove sua proposta de embargo ao petróleo russo "nos próximos dias".
A dirigente fez o comentário em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial. No entanto, o Financial Times publicou que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, descartou discutir o embargo na cúpula de líderes da próxima semana, em um novo golpe para os esforços do bloco para ganhar apoio para seu pacote de sanções.
Para a Moody's, se os volumes de exportação russos caírem mais do que o esperado 1 milhão de barris em 2022, e especialmente se esse declínio na oferta exceder a capacidade de produção sobressalente global, os preços do petróleo poderão subir acentuadamente por um longo período de tempo.
Segundo Edward Moya, analista da Oanda, o príncipe saudita, Faisal bin Farhan, observou que o reino tem o que pode para os mercados globais de petróleo e isso deve significar que os aumentos de produção permanecerão lentos. "Os preços do petróleo provavelmente permanecerão acima do nível de US$ 100 pelo resto do ano", projeta.
No curto prazo, a Moody's vê riscos crescentes para a demanda, que causarão preços mais baixos do petróleo até o final de 2022. O conflito entre Rússia e Ucrânia continua sendo uma fonte de grande incerteza, mas qualquer destruição adicional na oferta e um aumento nos preços do petróleo, em última análise, podem acelerar um declínio da demanda, avalia.
Na visão da agência, o desequilíbrio estrutural da oferta causado por investimentos insuficientes pode persistir por anos e exigirá uma resposta mais forte por parte de produtores. Ainda nesta terça, os EUA fizeram um aviso de venda adicional de petróleo de até 40,1 milhões de barris das reservas estratégicas do país.