Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa nesta sessão. O mercado acompanha as movimentações da União Europeia em direção a um embargo às importações de ativos energéticos pela Rússia. Os impactos dos lockdowns na China seguem sendo monitorados, enquanto operadores aguardam a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) nesta semana.
O petróleo WTI para junho fechou em queda de 2,62% (US$ 2,76), a US$ 102,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês seguinte caiu 2,43% (US$ 2,61), a US$ 104,97 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Analista da Oanda, Edward Moya afirma que os preços do petróleo bruto estão caindo à medida que Pequim aperta seus controles contra a covid-19 e que dados mostram que os fluxos do óleo pela Rússia aumentaram. "Operadores de energia não estão convencidos de que a UE estará apta a avançar na proibição ao petróleo russo", afirma. Hoje, o comissário da UE para economia, Paolo Gentiloni, disse que um sexto pacote de sanções está sendo preparado para o bloco e incluiria o embargo.
Ainda assim, Moya considera que a commodity tem se sustentado na marca de US$ 100 à medida que a Opep+ "parece pronta" para aumentar a meta de produção de petróleo no mês que vem "que provavelmente não será alcançada". No radar, ainda está a decisão monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, que poderia trazer uma surpresa hawkish, elevar o dólar ainda mais e pressionar os preços das commodities, aponta Moya.
O Commerzbank, por sua vez, também destaca as incertezas sobre o embargo europeu até o fim do ano e chama a atenção para a ameaça húngara de vetar tal medida. A situação da covid-19 na China também pressiona tal mercado, aponta.
"O comércio de petróleo foi redirecionado nas últimas semanas, com a Europa buscando suprimentos alternativos para a Rússia e principalmente compradores asiáticos preenchendo a lacuna", afirma o Julius Baer, que diz que o embargo finalizaria essa mudança. A menos que o Ocidente coloque pressão diplomática sobre os compradores, principalmente asiáticos, o provável embargo não causará um grande choque de oferta e, portanto, também não irá provocar um aumento do preço do petróleo, avalia o banco. "A narrativa do embargo parece satisfazer principalmente as necessidades morais europeias e negligencia as experiências dos últimos anos."