O petróleo fechou em queda nesta quarta-feira, 20, acompanhando um movimento geral após a União Europeia (UE) anunciar plano para reduzir seu consumo de gás em 15% até o fim de março de 2023. A notícia afetou vários ativos atrelados ao risco nos mercados globais hoje. Além disso, operadores observaram o recuo inesperado dos estoques do óleo nos EUA, enquanto os de gasolina subiram bem além do estimado.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro recuou 0,85% (US$ 0,86), a US$ 99,88, e o do Brent para o mesmo mês cedeu 0,40% (US$ 0,44) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 106,92.
Apesar de, inicialmente, não terem demonstrado reação forte, os contratos futuros de petróleo acabaram por perder força diante dos planos da UE, que vêm em um momento de risco para a oferta de gás da Rússia ao bloco. Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen acusou Moscou de tentar chantagear países europeus com os cortes no fornecimento de gás e disse que um cenário de paralisação completa das entregas é "provável".
Também no radar, a divulgação dos estoques americanos de petróleo e derivados da semana passada ajudou a derrubar os preços no mercado futuro, que chegaram a cair até 2%. "A demanda de gasolina foi surpreendentemente muito mais fraca do que o esperado", destaca em relatório o analista Edward Moya, da Oanda.
Há ainda atenção voltada à demanda e oferta mundial de petróleo. Após um mês paralisadas, as exportações da commodity da Líbia foram retomadas hoje, após o reinício da produção nos campos da estatal Corporação Nacional de Petróleo.
Do lado da oferta, sinais pouco animadores da economia chinesa - com acirramento da crise no setor imobiliário e chance de mais medidas de contenção por causa do coronavírus - pintam um quadro negativo para a demanda do país por commodities industriais no curto prazo. De acordo com o Nordea, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano deve vir abaixo da meta do governo.