Investing.com – Os preços do petróleo podem apresentar alguma valorização com uma melhora do clima no curto prazo. No entanto, os fundamentos apontam para preços ainda menores no longo prazo, segundo avaliação do banco suíço Julius Baer. As complexidades e incertezas diante de uma reabertura da economia chinesa, que enfrenta dificuldades com contágio após flexibilização das medidas da política covid-zero, além dos riscos anunciados de uma recessão global, pressionam as cotações da commodity energética.
Às 12h15 (de Brasília) desta quinta-feira, 05, os futuros do petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, apresentavam alta de 0,52%, a US$73,22 por barril. Enquanto isso, os futuros do petróleo do tipo brent subiam 0,63%, a US$78,33.
Segundo Norbert Rücker, Diretor de Economia e Pesquisa de Próxima Geração da Julius Baer, a situação contrapõe a tese otimista de uma recuperação da demanda. O quadro geral permanece inalterado, para o analista. Com a produção crescendo, as restrições políticas diminuindo e a demanda estagnada, "surpresas geopolíticas e uma recuperação do sentimento podem elevar os preços no curto prazo, enquanto os fundamentos mais fracos apontam para preços ainda mais baixos no longo prazo”, destaca Rücker.
O analista enxerga que o potencial de recuperação da demanda de petróleo da China não deve ser superestimado. Na visão da Julius Baer, ainda que os recentes contratempos tenham sido limitados, o mercado imobiliário ainda enfrenta desafios e a demanda por combustível rodoviário também pode contar com contratempos. “A liberação de cotas de exportação nesta semana, que permite outro impulso nas vendas de derivados de petróleo no exterior para refinarias domésticas, pode ter aumentado a pressão sobre os preços”, avalia. Porém, a Julius Baer acredita que haveria uma lacuna entre o armazenamento modelado e o observado, trazendo à tona discussões sobre a falta de barris.
A diminuição nos preços da energia, impactando na inflação, pode ser a surpresa econômica em 2023, avalia o banco suíço, que aponta uma demanda estagnada e a oferta em elevação como argumentos para a diminuição nas cotações em 2023. “O ruído geopolítico continua elevado, mas o petróleo russo ainda encontra seu caminho para os compradores e a queda na produção é parcialmente absorvida por uma queda na demanda doméstica”, completa o analista.