Investing.com – A cotação do petróleo registrou sua primeira perda semanal em um período de cinco semanas após fechar em baixa pela segunda sessão consecutiva na sexta-feira, já que investidores se preocupavam com uma forte recuperação na produção norte-americana.
Contratos futuros com vencimento em março de petróleo West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, recuaram US$ 0,58, ou cerca de 0,9% e eram negociados a US$ 63,31 o barril no fechamento do pregão. Na terça-feira, a referência norte-americana atingiu US$ 64,89, máxima de três anos.
Enquanto isso, contratos futuros com vencimento em março de petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, recuaram US$ 0,70, ou cerca de 1%, para US$ 68,61 o barril no fechamento do pregão. Na segunda-feira, o contrato atingiu US$ 70,37, melhor nível desde dezembro de 2014.
Na semana, o petróleo WTI caiu cerca de 1,5%, a maior perda do tipo desde o início de dezembro, ao passo que o preço do Brent teve redução de 1,8%, a maior queda semanal desde o início de outubro, já que investidores pesavam o impacto do aumento na produção dos EUA nos esforços da Opep para eliminar o excesso de oferta do mercado.
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) alertou, eu seu relatório mensal divulgado na sexta-feira, que o aumento rápido da produção dos Estados Unidos poderia neutralizar uma série de fatores positivos que sustentam a cotação do petróleo, incluindo os cortes atuais na produção da Opep.
A IEA afirmou esperar que os níveis de produção dos EUA logo ultrapassem os 10 milhões de barris por dia, superando a Arábia Saudita, gigante da Opep, e rivalizando com a Rússia. A produção de petróleo nos EUA estava em 9,75 milhões de barris por dia em 12 de janeiro, conforme mostraram dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês).
A cotação do petróleo subiu cerca de 10% desde o início do dezembro, favorecida por esforços de cortes conduzidos pela produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e pela Rússia. Em dezembro, os produtores concordaram em estender os atuais cortes na produção de petróleo até o final de 2018.
O pacto para cortar a produção de petróleo em 1,8 milhão de barris por dia foi adotado no último inverno pela Opep, Rússia e outros nove produtores globais. O acordo deveria acabar em março de 2018, uma vez que já teve uma extensão.
Entretanto, analistas e investidores alertaram que o rali recente poderia estimular os produtores de shale oil dos EUA a elevar a produção uma vez que buscam aproveitar os preços mais altos.
Em outras negociações do setor de energia na última sexta-feira, contratos futuros de gasolina com vencimento em fevereiro tiveram perdas de US$ 0,019, ou 1,1%, e encerram cotados a US$ 1,863. Ainda tiveram ganhos na semana em torno de 0,8%.
O óleo de aquecimento com vencimento em fevereiro recuou US$ 0,003, ou 0,2%, para US$ 2,058 o galão, marcando queda na semana em torno de 1,3%.
Enquanto isso, contratos futuros de gás natural recuaram 0,1% para US$3,185 por milhão de unidades térmicas britânicas. Na semana, tiveram perda em torno de 0,5%.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas mais recentes informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar o impacto que as tempestades recentes tiveram na oferta e na demanda.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deverá publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira
A Administração de Informações de Energia dos EUA deverá divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira
O governo norte-americano também irá divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
Sexta-feira
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.