Investing.com - Contratos futuros de petróleo fecharam no menor nível em mais de três semanas nesta sexta-feira, com preços sofrendo a maior queda dentro de uma semana no período de um mês por conta de crescentes preocupações com o aumento da produção de shale oil nos EUA.
O contrato com vencimento em julho do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA perdeu US$ 0,70, ou cerca de 1,5%, e era negociado por US$ 47,66 o barril no encerramento do pregão na sexta-feira. Chegou a US$ 46,74, seu valor mais baixo desde 10 de maio, ainda durante a sessão.
A referência norte-americana perdeu US$ 2,14, ou cerca de 4,3%, na semana, que marcou a maior semana de redução desde 5 de maio.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em agosto na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres perderam US$ 0,68 e fixaram o preço de US$ 49,95 o barril no final do pregão. A referência mundial atingiu a mínima do dia de US$ 48,95, nível não visto desde 10 de maio.
Contratos futuros do Brent negociados em Londres registraram perdas de US$ 2,20, ou cerca de 4,2%, na semana.
Há preocupações com o fato de que a recuperação em curso na produção de shale oil nos EUA possa afetar os esforços de outros grandes produtores para reequilibrar o movimento de demanda e oferta mundial
Na sexta-feira, dados da Baker Hughes, empresa fornecedora de serviços a campos petrolíferos, revelaram que exploradores de petróleo nos EUA aumentaram o número de sondas pela 20ª semana seguida, a maior sequência já registrada, o que significa que ganhos adicionais na produção doméstica estão a caminho.
A contagem de sondas nos EUA aumentou em 11 para 733, ampliando uma recuperação de um ano na atividade de extração e chegando ao nível mais alto desde abril de 2015.
A decisão controversa do presidente Donald Trump de sair do acordo climático de Paris de 2015, ocorrida na quinta-feira, despertou mais preocupações de que a produção norte-americana de petróleo possa expandir rapidamente na ausência de um foco rigoroso na limitação do uso de combustíveis fósseis.
O Acordo de Paris estabeleceu uma estrutura para os países adotarem energia limpa e eliminar combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural.
O aumento da atividade de extração nos EUA e da produção de shale oil tem neutralizado em grande parte os esforços da OPEP e de outros produtores de cortar a produção em uma ação para apoiar o mercado.
Na semana passada, a OPEP e alguns produtores externos à organização estenderam o corte de 1,8 milhão de barris por dia no abastecimento até março de 2018. Entretanto, as notícias decepcionaram investidores que esperavam cortes maiores.
Khalid al-Falih, ministro saudita de energia, afirmou que mais cortes na produção de petróleo poderão ser necessários no futuro, mas a OPEP e outros principais produtores avaliarão a situação do mercado em julho, afirmou a agência de notícias russa TASS neste sábado.
Até o momento, o acordo de cortes na produção teve pouco impacto nos níveis dos estoques globais devido ao aumento da oferta de produtores que não participam do acordo, como a Líbia e a Nigéria, e ao aumento incessante na produção de shale oil nos EUA.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em julho perderam US$ 0,024, ou cerca de 1,5%, e encerraram em US$ 1,577 na sexta-feira. Na semana, fecharam em baixa de cerca de 4%.
Contratos de óleo de aquecimento perderam US$ 0,016 e encerraram a US$ 1,484 o galão. Durante a semana, o combustível perdeu cerca de 5%.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em julho recuaram US$ 0,009 para US$ 2,999 por milhão de unidades térmicas britânicas, encerrando abaixo de US$ 3 pela primeira vez desde a metade de março. Na semana, a queda foi de cerca de 7%.
Na semana a seguir, participantes do mercado prestarão atenção nas mais recentes informações semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e produtos refinados na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Terça-feira, 6 de junho
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deve publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira, 7 de junho
A Administração de Informações de Energia dos EUA deve divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira, 8 de junho
O governo norte-americano deve divulgar relatório semanal da oferta de gás natural em estoque.
Sexta-feira, 9 de junho
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.