Investing.com - A escalada das tensões comerciais entre EUA e China, preocupações com o aumento dos níveis de produção dos EUA e esforços de importantes produtores globais de petróleo para reduzir a oferta provavelmente serão os principais mobilizadores de ânimos no mercado na semana que se inicia.
A cotação do petróleo fechou em seu menor nível em duas semanas na última sexta-feira, já que investidores fugiam de ativos arriscados em meio a temores de que a deterioração de relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo poderia atingir a economia global.
Os ânimos também foram abalados após a Baker Hughes, empresa prestadora de serviços de energia da General Electric (NYSE:GE), ter divulgado na sexta-feira que o número de sondas ativas de exploração de petróleo teve aumento de 10 e totalizou 808 na semana passada.
É o maior número desde março de 2015, sustentando preocupações a respeito do aumento da produção dos EUA.
Contratos futuros de petróleo West Texas Intermediate (WTI), negociados em Nova York, recuavam US$ 1,48, ou cerca de 2,3% e eram negociados a US$ 62,06 o barril no fechamento do pregão. A referência norte-americana tocou seu menor nível desde 19 de março no dia anterior.
Além disso, contratos futuros de petróleo Brent, negociados em Londres e referência para preços do petróleo fora dos EUA, caíram US$ 1,22, ou cerca de 1,8%, e fecharam a US$ 67,11 o barril.
Na semana, o WTI teve perdas em torno de 4,4%, maior redução desde a semana encerrada em 9 de fevereiro, ao passo que o Brent teve queda de 4,5% na semana, a maior desde a semana encerrada em 2 de março.
Na semana a seguir, investidores de petróleo aguardam novos dados semanais sobre os estoques comerciais de petróleo bruto nos EUA na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que os níveis de produção irão continuar a subir.
Agentes do mercado também estarão atentos a relatórios mensais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e da Agência Internacional de Energia para avaliar os níveis globais de oferta e demanda de petróleo.
Comentários de produtores mundiais de petróleo, que podem apresentar mais sinais se seus planos de estender para o ano que vem o atual acordo de cortes na produção, também permanecerão em destaque.
Em novembro do ano passado, a OPEP e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo tem validade até o final de 2018.
No entanto, estes esforços foram de alguma forma sufocados pelo crescimento da produção fora da Opep, liderada por produtores de shale oil nos EUA.
A produção norte-americana de petróleo, conduzida pela extração de shale oil chegou à máxima histórica de 10,46 milhões de barris por dia na semana passada, ficando acima dos níveis de produção da Arábia Saudita, principal exportador do mundo, e aproximando-se dos níveis da Rússia, maior produtor de petróleo do mundo.
Analistas e investidores alertaram recentemente que produtores de shale oil nos EUA poderiam afetar os esforços da Opep para reduzir o excesso de oferta.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar o mercado de petróleo.
Terça-feira
O Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero, deverá publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira
A Administração de Informações de Energia dos EUA deverá divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo e de gasolina
Quinta-feira
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo publicará sua avaliação mensal dos mercados de petróleo.
Ainda neste dia, o governo norte-americano apresentará o relatório semanal de gás natural em estoque.
Sexta-feira
A Agência Internacional de Energia divulgará seu relatório mensal de oferta e demanda globais de petróleo.
Ainda neste dia, a Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas nos EUA.