Investing.com - Os preços do petróleo acabaram com uma série de ganhos de sete semanas e saíram das altas de oito semanas nesta segunda-feira, uma vez que os investidores optaram por realizar seus lucros após uma recuperação impressionante neste mês, que os analistas advertiram que os fundamentos não eram uma justificativa.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo com vencimento em outubro caiu 77 centavos, ou 1,57%, e foi negociado a US$ 48,34 por barril, às 03h55 ET (07h55 GMT).
Na sexta-feira, os futuros de petróleo negociados em Nova York, subiram para US$ 49,36, o nível mais alto desde 5 de julho. Na semana passada, a referência norte-americana avançou US$ 4,03, ou 9,06%, o maior ganho percentual semanal em cinco meses.
Enquanto isso, na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em outubro caíram 82 centavos, ou 1,61%, sendo negociados a US$ 50,06 por barril, após terem tocado uma baixa da sessão de US$ 51,22 na sexta-feira, um nível não visto desde 22 de junho.
Na semana passada, os futuros de petróleo Brent negociados em Londres subiram US$ 3,91, ou 8,32%, uma vez que os investidores continuaram a apostar na alta dos preços em meio a especulações de que os principais produtores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita e Rússia, estão reconsiderando um congelamento da produção coletivo em um esforço para impulsionar o mercado.
Os futuros do petróleo subiram quase US$ 10 por barril, ou quase 25% acima das baixas de 2 de agosto, uma vez que a perspectiva para um congelamento da produção pelos principais produtores provocou uma grande recuperação.
A recuperação do mercado começou um pouco menos de duas semanas atrás, quando o ministro de energia da Arábia Saudita disse que o país trabalharia com outros produtores de petróleo para estabilizar os preços em uma reunião informal da OPEP na Argélia no próximo mês.
A recuperação recebeu apoio extra após a Rússia ter manifestado vontade de participar nessas negociações, que alguns dizem que poderiam resultar a um acordo para congelar os níveis de produção.
No entanto, os analistas do mercado permaneceram céticos de que a reunião resultaria em alguma ação concreta.
Uma tentativa conjunta de congelar os níveis de produção no início deste ano falhou após a Arábia Saudita ter recuado em decorrência da recusa do Irã de participar da iniciativa, ressaltando a dificuldade dos rivais políticos em chegar a um consenso.
Apesar dos ganhos recentes, indicações de uma recuperação na atividade de perfuração dos EUA combinada com estoques elevados de produtos combustíveis ao redor do mundo devem manter os preços sob pressão no curto prazo.
De acordo com a prestadora de serviços petrolíferos, Baker Hughes, o número de plataformas de perfuração de petróleo nos EUA aumentou em 10 na semana passada, para 406, a oitava semana consecutiva de ganhos e a 11ª alta em 12 semanas.
Alguns analistas têm alertado que a alta atual dos preços poderia ser autodestrutiva, uma vez que incentiva os produtores norte-americanos de shale a aumentar a atividade de perfuração, evidenciando as preocupações com um excesso de abastecimento mundial.