O petróleo fechou em queda nesta quinta-feira, 9, e encerrou um rali de três sessões seguidas de altas. Investidores embolsaram lucros enquanto acompanharam a adoção de restrições à mobilidade em alguns países europeus por conta da disseminação da variante Ômicron do coronavírus. O dólar fortalecido antes de dados de inflação nos EUA também pressionou os contratos da commodity.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para janeiro recuou 1,96% (US$ 1,42), a US$ 70,94, enquanto o do Brent para o mês seguinte cedeu 1,85% (US$ 1,40), a US$ 74,42, na Intercontinental Exchange (ICE).
Entre as principais manchetes relacionadas com a crise sanitária e a nova cepa, o Reino Unido confirmou medidas que restringem a presença de não vacinados contra a covid-19 em alguns estabelecimentos, e a Dinamarca proibiu o funcionamento de restaurantes, clubes noturnos e bares após a meia-noite.
"Embora evidências conclusivas ainda não tenham sido compiladas para indicar a gravidade da variante, um estudo japonês recente descobriu que a Ômicron é 4,2 vezes mais transmissível em seu estágio inicial do que a variante delta", destaca a Stifel em relatório, repercutindo as recentes restrições adotadas por causa da nova cepa do coronavírus.
De acordo com o TD Securities, a alta transmissibilidade da variante pode resultar em mais restrições nas próximas semanas e meses. O banco canadense, no entanto, ressalta que os riscos de aumento da oferta global do óleo reduziram, com sinais de que as negociações pela retomada do acordo nuclear não avançaram, além de uma "capacidade extra limitada" da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
As incertezas com relação à Ômicron não só seguraram o apetite por contratos do óleo, como também beneficiou uma posição cautelosa que fortaleceu o dólar no mercado cambial. A valorização da moeda americana tende a pressionar a commodity, pois a torna mais cara e menos atraente a detentores de outras divisas.
A moeda norte-americana ainda reagiu á expectativa pela divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro nos EUA, que sai na sexta-feira. Uma leitura que mostre aceleração pode reforçar o aperto monetário mais agressivo cogitado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o que deve dar ainda mais força ao dólar, se confirmado.