Investing.com - Os preços do petróleo operavam sem direção nesta segunda-feira com os investidores assimilando o impacto do aumento das tensões no Oriente Médio e o aumento da produção dos EUA.
Em Nova York, o barril do WTI avançava US$ 0,06, ou 0,1%, para US$ 56,81 o barril às 12h50, depois de tocar na máxima de dois anos aos US$ 57,92 na semana passada.
Enquanto isso, o barril do Brent era negociado em Londres com perdas de US$ 0,17, ou -0,2%, para US$ 63,85 o barril, abaixo do topo de dois anos de US$ 64,64 alcançado recentemente.
Os preços sofrem uma pressão de baixa desde os dados que indicaram aceleração nas atividades de exploração de petróleo nos EUA, o que poderá levar a um aumento da produção do país. A Baker Hughes mostrou que o número de sondas contratadas aumentou em 9 unidades para 738 na semana passada, o maior salto desde junho. O receio dos investidores é que o atual patamar de preços viabilize a produção de mais empresas no shale norte-americano.
A commodity, contudo, segue apoiada pelo aumento de tensão no Oriente Médio, com a escalada retórica entre a Arábia Saudita e o Irã, dois dos principais produtores da Opep.
Em meio a um movimento de consolidação de poder com a prisão de empresários e membros da família real saudita, o país passou a acusar diretamente o Irã por auxiliar os hutis no Iêmen, contra quem travam uma guerra há dois anos. Na última semana, os sauditas afirmaram ter abatido um míssil sobre a capital Riad vindo do país vizinho.
Paira a suspeita de que a Arábia Saudita esteja mantendo o ex-primeiro ministro do Líbano, Saad Hariri, no país contra a sua vontade. Hariri renunciou ao cargo em uma decisão contestada pelo país e, especialmente, o Hezbollah, milícia libanesa armada que conta com o apoio do Irã. Os dois lados acusaram seu rival de terem declarado guerra.
A movimentação de Riad contra o Irã ocorre na sequência de bloqueio econômico feito ao Catar em junho como resultado de acusação de que o país apoiaria grupos terroristas associados ao Irã.
Recordes com extensão de cortes
No último mês, o petróleo engatilhou um movimento de alta após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, declarem apoio à renovação do acordo de corte de produção.
O mercado espera que a Opep e grandes exportadores anunciem no final do mês, durante reunião semestral do cartel em Viena, na Áustria, a prorrogação do corte de oferta global até o final de 2018.
Desde janeiro está em vigor um pacto assinado em novembro do ano passado para retirar 1,8 milhão de barris/dia de oferta global de petróleo. Renovado em maio, o acordo vence em março de 2018.