Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta sexta-feira, prestes a encerrar a semana com fortes ganhos, diante de rumores de que a Opep pode cortar os níveis de produção, enquanto a demanda nos EUA mostra sinais de resiliência.
Às 10h20 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 0,10%, a US$ 92,62 por barril, enquanto o Brent se valorizava 0,32%, a US$ 99,72 por barril, no mercado futuro.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA subia 0,20% a US$ 2,8172 por galão.
Ambos os contratos devem encerrar a semana com um avanço de mais de 3%, graças ao ministro do petróleo da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, que aventou a possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo poderia cortar a produção, no início da semana, sob o argumento de que os preços futuros, que registraram uma queda de mais de 25% desde o pico de meados do ano, não estão refletindo a restrição existente no mercado físico.
Nos dias seguintes, diversos membros da Opep corroboraram a mensagem da Arábia Saudita, dando consistência à ideia de que o cartel estava relativamente unido por trás do seu líder de facto.
A oferta de energia em todo o mundo, particularmente na Europa, continua extremamente restrita, em consequência da invasão da Rússia na Ucrânia e das sanções que se seguiram.
A expectativa é que a Gazprom, gigante do setor de energia da Rússia, limite drasticamente a quantidade de gás que fornece para a Europa Ocidental através da tubulação Nord Stream, ao mesmo tempo em que foram interrompidas as operações da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, tomada pela Rússia no sul da Ucrânia.
Essa restrição pode ser parcialmente aliviada se o acordo nuclear de 2015 do Irã com potências mundiais for retomado, o que deve permitir que um milhão a mais de barris de petróleo persa entrem no mercado por dia, caso Teerã fique isenta das sanções dos EUA.
“Se for do nosso melhor interesse, os EUA concordarão com as negociações com o Irã”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na quinta-feira, ao responder à última proposta da UE.
O que também estava ajudando a alçar o mercado eram sinais da força relativa da economia dos EUA, maior país consumidor de petróleo do mundo.
A economia americana registrou uma contração em ritmo mais moderado do que inicialmente se esperava no 2º tri, segundo dados divulgados na quinta-feira, ao mesmo tempo em que os estoques de petróleo no país recuaram acima do esperado na semana passada.
As atenções agora se voltam ao discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, na abertura do simpósio anual que reúne banqueiros centrais em Jackson Hole, ao longo do dia.
O mercado ficará atento a indicações de Powell quanto à decisão de política monetária a ser tomada em setembro pelo Fed em termos de elevações de juros, em meio a preocupações de que a continuidade do agressivo aperto porvoque uma desaceleração do crescimento capaz de prejudicar a demanda petrolífera.
Além disso, uma mensagem mais dura do banco central americano pode favorecer a alta do dólar, o que torna o petróleo, denominado na moeda americana, mais caro para compradores estrangeiros.
O número de sondas da Baker Hughes e os dados de posicionamento da CFTC encerram a semana, como de costume.