Investing.com - Preços do petróleo subiam nesta quinta-feira após a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmar que a demanda global de petróleo está próxima de superar a oferta depois de quase três anos de superávit na produção.
O petróleo Brent, referência mundial, avançava US$ 0,13, ou 0,25%, para US$ 55,99 o barril na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres.
O petróleo dos EUA era negociado a US$ 53,26 o barril às 10h20 (horário de Brasília), alta de US$ 0,14 ou 0,26%.
Os preços foram impulsionados após a AIE afirmar que os cortes na produção feitos por grandes exportadores compensaram a queda de longo prazo na demanda global.
A agência afirmou que estoques de petróleo em nações industrializadas caíram 17,2 milhões de barris em março, o que se refletiu em aumento de 38,5 milhões de barris ou 425.000 barris por dia, nos três primeiros meses do ano.
"O resultado líquido é que os estoques mundiais podem ter crescido ligeiramente no primeiro trimestre em comparação à redução subjacente de 0,2 milhão de barris por dia", afirmou a AIE.
Os preços permaneceram quase inalterados no início do dia, já que preocupações com a produção crescente nos EUA neutralizaram a sustentação aos preços oferecida pelos dados mostrando a primeira redução semanal nos estoques norte-americanos em um mês.
A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) afirmou nesta quarta-feira que os estoques de petróleo bruto no país tiveram redução em torno de 2,2 milhões de barris na semana passada, após subirem em cada uma das semanas anteriores.
A retirada dos estoques foi bem acima dos que analistas esperavam e maior do que a redução de 1,3 milhão de barris que foi relatada nesta terça-feira pelo Instituto Americano de Petróleo, grupo do setor petrolífero.
O relatório da EIA também mostrou que, na semana passada, a produção de petróleo nos EUA teve aumento de 36.000 barris por dia e chegou a um total de 9,235 milhões de barris por dia. Em sua perspectiva de curto prazo, a EIA afirma esperar registrar produção recorde de petróleo nos EUA em 2018.
A recuperação na produção de petróleo dos EUA ameaça afetar os esforços dos maiores exportadores de petróleo do mundo que pretendem reduzir o excesso no abastecimento mundial e reequilibrar o mercado.
Em novembro do ano passado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo durante o primeiro semestre de 2017.
Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, a OPEP afirmou que sua produção continuou a cair em março, mas o cartel elevou em 200.000 barris por dia a sua projeção de crescimento no abastecimento dos EUA em 2017.