Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo subiram na quinta-feira após a forte inflação dos EUA impulsionar o dólar, mas as perdas são limitadas após a OPEP divulgar uma perspectiva otimista quanto à demanda global.
Às 13h28 (horário de Brasília) os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 1,64% a US$ 91,14 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam qalta de 1,23% a US$ 99,73.
O índice de preços ao consumidor dos EUA avançou 0,6% no mês passado, alta de 7,5% no ano, o maior aumento ano a ano desde fevereiro de 1982.
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Este grande salto pode alimentar especulações de que o Federal Reserve irá aumentar as taxas de juros em 50 pontos base em março, fazendo com que o índice do dólar subisse 0,5%, para 95,927. O dólar mais forte torna os preços das commodities, inclusive o petróleo, mais caros para compradores estrangeiros.
Mesmo assim, as perdas são limitadas, já que a Organização dos Países Produtores de Petróleo disse esperar que a a demanda mundial por petróleo suba 4,15 milhões de barris por dia este ano, em seu relatório mensal divulgado no início de quinta-feira.
Enquanto esse dado se manteve inalterado em relação a sua previsão do mês passado, o cartel acrescentou que havia um potencial de crescimento na sua previsão para a demanda mundial de petróleo em 2022, à medida que a economia global registra forte recuperação da pandemia do coronavírus.
"Como a expectativa é que a maior parte das economias do mundo cresçam com mais força, o prospecto de curto prazo para a demanda mundial de petróleo certamente está no lado positivo", disse a OPEP.
O mercado recebeu um impulso na quarta-feira com uma queda inesperada nos estoques de petróleo bruto dos EUA, sugerindo que a demanda se mantinha forte no maior consumidor de petróleo do mundo.
Os estoques de petróleo dos EUA caíram 4,8 milhões de barris na semana encerrada em 4 de efvereiro, segundo a Energy Information Administration, caindo para os níveis mais baixos desde outubro de 2018.
Além disso, permanecem as tensões no Leste Europeu, com o Primeiro Ministro britânico, Boris Johnson, dizendo no início da quinta-feira que o Ocidente poderia enfrentar o "momento mais perigoso" em seu impasse com Moscou nos próximos dias, enquanto a Rússia realiza exercícios militares em Belarus e no Mar Negro após reunir tropas próximo à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, os investidores continuarm observando de perto as negociações nucleares entre o Ocidente e o Irã, que foram retomadas esta semana. Um acordo poderia suspender as sanções dos EUA sobre o petróleo iraniano, trazendo mais de um milhão de barris por dia de volta ao mercado, o que representa mais de 1% da oferta global.
Com isto dito, o Goldman Sachs (NYSE:GS) estima que, caso um acordo com o Irã fosse assinado no mês que vem, demoraria até o terceiro trimestre para que petróleo iraniano o bastante chegasse aos mercados a ponto de afetar os preços.