Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo oscilaram na terça-feira, apesar das máximas de sete anos em função da crescente especulação de que o grupo de principais produtores do mundo pode aumentar a oferta durante sua reunião ao longo dessa semana.
Às 13h07 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 0,43% a US$ 88,53 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam alta de 0,50% a US$ 89,71.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, grupo conhecido como OPEP+, irá se reunir na quarta-feira para discutir os níveis futuros de produção, sendo expectativa geral que sigam firmes em sua estratégia de aumento cauteloso de 400.000 barris por dia por mês, uma postura adotada desde agosto do ano passado.
Entretanto, o influente banco de investimento Goldman Sachs sugeriu, em um relatório de 31 de janeiro, que o aumento dos preços do petróleo para o nível de US$ 90 por barril poderia levar o cartel a anunciar um incremento de produção maior que o esperado.
“Vemos um potencial ascendente de um incremento mais rápido nesta reunião, dado o ritmo do recente rali e a provável pressão dos países importadores”, disseram os analistas do Goldman. “O grupo de produtores também pode estar mais preocupado pela guinada mais agressiva do banco central, que pode levar a crescimento global mais lento e menores receitas de petróleo mais tarde neste ano”.
O mercado de petróleo tem estado em um cabo de guerra este ano, à medida que o consumo de energia continuou a se recuperar da pandemia enquanto o aumento na oferta tem sido mais cauteloso.
Na sexta-feira, as duas referências de preço do petróleo registraram seus níveis mais altos desde outubro de 2014, com os preços sendo alavancados recentemente pela incerteza geopolítica em torno do acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o estado de instabilidade no Oriente Médio, além da recente rajada de tempo congelante nos EUA.
“O problema com a OPEP+ é que poucos membros são capazes de aumentar a produção tanto quanto suas cotas permitem, e nesse processo, estão reduzindo a capacidade global de reserva, que fica mais vulnerável a choques de oferta e preocupações geopolíticas, como o impasse entre a Rússia e o Ocidente em função da Ucrânia”, afirmaram os analistas do OilPrice.com em relatório.
Mais tarde no pregão, as atenções irão se voltar para o primeiro dos relatórios desta semana sobre a oferta nos EUA. O American Petroleum Institute deve divulgar seu relatório às 18:30h, e a expectativa dos analistas é que os estoques de petróleo bruto tenham subido 1,8 milhão de barris.