Investing.com - O petróleo recupera parte de seu valor após queda de mais de 6% provocada pelo fracasso da reunião de países produtores em Doha, no Catar. Os contratos futuros negociados no EUA são vendidos a US$ 41,23, baixa de 1,1%, enquanto o Brent vale US$ 42,95, -0,3%. Durante a sessão no país, o petróleo registrou alta de 1,2%.
O mercado reagiu com otimismo acima do previsto após a reunião terminar sem acordo. A expectativa era que sem uma decisão conjunta dos países em congelar a extração no nível de janeiro, os investidores tomariam uma posição pessimista pressionando as cotações da commodity.
Além da reunião, o mercado avalia os impactos de curto prazo da greve no Kuwait que cortou em 1,7 milhão de b/d a produção do país, cerca de 60% do total. Não há uma estimativa da duração da paralisação.
Os investidores também ponderam os dados recentes sobre a economia da China e dos EUA que indicam que um aumento de demanda poderá se concretizar, assim como a produção norte-americana pode ceder ainda mais com a forte redução nas atividades de exploração. A conjunção dos fatores pode antecipar o equilíbrio entre oferta e demanda, raiz da derrocada dos preços do petróleo iniciada há dois anos.
A reunião entre países da Opep e demais exportadores terminou sem acordo com a pressão da Arábia Saudita pela participação do Irã. O país persa rejeitou a possibilidade desde o início das negociações capitaneadas pela Rússia, pois afirma que retornará a produção a cerca de 4 milhões de b/d, nível pré-sanções ocidentais impostas por seu programa nuclear.
O ministro russo de Energia, Aleksander Novak, disse, após a reunião, que países da Opep trocaram de posição e impuseram que mais exportadores participassem do acordo. Segundo a Rússia, a base do acordo já havia sido fechada entre os países.
O Morgan Stanley (NYSE:MS) acredita que o mercado deverá se reequilibrar no segundo trimestre de 2017, caso as condições atuais se mantenham. O risco, segundo análise do banco, é de que os países da Opep com capacidade ociosa resolvam aumentar a produção e, assim, pressionar ainda mais os produtores com alto custo de extração como os campos de shale nos EUA e de areias betuminosas (oil sands) no Canadá.
A Opep se reunirá novamente dia 2 de junho em Viena para rediscutir o mercado de petróleo.