Investing.com - O tombo do preço do petróleo fez uma pausa nesta quarta-feira (14), depois de um recorde de 12 dias consecutivos de queda. A alta dos futuros da commodity reflete os rumores de que a Opep poderia elevar, em sua reunião de 6 de dezembro em Viena, o corte da oferta em 40% a mais do que pretendia anteriormente.
A Opep e seus parceiros estão discutindo suspender a produção de 1,4 milhão de barris por dia, contra a redução de 1 milhão que o grupo havia proposto em uma reunião, no final de semana em Abu Dhabi, com aliados que incluíam a Rússia, informou a Reuters. O analista de Investing.com Barani Krishnan apresentou, nesta manhã, as opções da OPEP se a forte queda do petróleo continuar até o encontro do cartel no próximo mês.
A Rússia, entretanto, pode não estar a bordo para uma redução tão grande, disse a Reuters, citando três fontes familiarizadas com a situação.
Esse contexto, junto a sinais de que os dados de estoques de petróleo dos EUA esperados na quinta-feira (15) poderiam mostrar uma oitava semana consecutiva de alta, leva a alguns analistas preverem que a queda no petróleo pode não ter acabado completamente.
"A venda de petróleo em seis semanas dizimou os níveis técnicos no mercado de futuros com força bruta", dizem os analistas do banco Merrill Lynch em nota.
"Enquanto aguardamos os gráficos semanais para chegar à conclusão do quadro de sobreoferta, notamos que o próximo momento de suporte é de US$ 52 no WTI e US$ 62 no Brent", acrescentou.
O petróleo WTI subiu US$ 0,56, ou 1%, a US$ 56,25, após uma valorização de quase 3% mais cedo. Na terça-feira, o petróleo despencou 7%, chegando à US$ 55,11, piso de um ano. O WTI sofreu uma queda, além disso, de cerca de 27% ao preço negociado no início de outubro, quando chegou a ser negociado a US$ 77, a maior alta em quatro anos.
O Brent subiu US$ 0,50, ou 0,8%, para US$ 65,97 por barril. Também despencou quase 7% na sessão anterior, sofrendo a maior queda em oito meses, a US$ 66,67. Brent perdeu cerca de 25% em relação ao pico de quase US$ 87 há seis semanas.
A Opep e a EIA, juntamente com a Agência Internacional de Energia (IEA), dizem que os suprimentos de petróleo devem superar a demanda no início do ano que vem devido a uma potencial desaceleração da economia global e um crescimento mais lento na China, que está em guerra comercial com os Estados Unidos.
A expectativa é que o cartel dos principais produtores mundiais de petróleo, que se encontra em 6 de dezembro em Viena para sua reunião de definição de políticas, reduza em cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) ou mais a sua produção atual, que está acima de 33 milhões de bpd.
A Rússia e outros aliados importantes deverão manter conversações com o cartel um dia depois, para determinar uma maior contribuição para qualquer estratégia de equilíbrio de mercado alcançada pela Opep.
Nos Estados Unidos, quase 38 milhões de barris foram adicionados aos estoques de petróleo bruto nas últimas sete semanas, de acordo com dados divulgados pela Energy Information Administration (EIA), com sede em Washington.
A produção de petróleo bruto dos sete principais campos de xisto deverá atingir o recorde de 7,94 milhões de bpd em dezembro, disse a EIA na terça-feira.
A produção total de petróleo dos EUA, por sua vez, está em um recorde de 11,6 milhões de bpd, tornando o país o maior produtor de petróleo do mundo, à frente da Rússia e da Arábia Saudita. A maioria dos analistas espera que a produção suba acima de 12 milhões de bpd no primeiro semestre de 2019.