Investing.com - Os preços do petróleo cedem nesta terça-feira, mas permanecem próximos da máxima de dois anos com a onda de otimismo que varreu o mercado com a expectativa de reequilíbrio entre oferta e demanda.
O contrato futuro para entrega em dezembro era negociado com queda de US$ 0,33, -0,6%, em Nova York às 13h30, a US$ 57,02 o barril. A máxima de mais de dois anos foi batida ontem aos US$ 57,55 o barril.
Enquanto isso, em Londres, o Brent tem uma desvalorização mais acentuada, de US$ 0,54, ou 0,8%, a US$ 63,73 o barril. O pico foi estabelecido na madrugada aos US$ 64,42 o barril.
O último impulso do petróleo veio no final de semana, quando uma operação coordenada pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, levou a uma onda de prisões de importantes figuras do reino, incluindo membros da família real, ministros e investidores, o que trouxe incertezas à região.
O governo afirmou que a operação era de combate à corrupção, mas ações do tipo no passado indicam que esse pode ser um movimento de silenciar divergências internas e consolidar o poder em torno de um grupo.
“Nós temos uma incerteza política, riscos de instabilidade neste principal produtor e com implicações imprevisíveis para a região”, disse o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch. “Isso justificaria um certo prêmio no preço do petróleo”, completou.
Salman declarou em outubro que os sauditas apoiariam uma renovação do acordo de corte de oferta em vigor para além de março de 2018 e que o reino faria o que fosse possível para estabilizar o mercado.
O comentário do príncipe saudita dias depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dar uma declaração no mesmo sentido fez com que os investidores passassem a precificar a quase certeza da extensão do acordo de março a dezembro de 2018.
“Todos reconhecem que o trabalho ainda não está concluído e que ainda temos muito trabalho à frente para reduzir os estoques” disse na sexta-feira o secretário-geral da Opep, Khalid al-Falih.
Em maio, os membros do cartel e grandes exportadores globais fecharam acordo para estender até março de 2018 o acordo de retirar do mercado 1,8 milhão de barris/dia de oferta, em vigor desde janeiro. No final do mês, a Opep deverá se reunir em Viena, na Áustria, e a expectativa é que anunciem a prorrogação do pacto.
Ainda no Oriente Médio, a Arábia Saudita fez uma ameaça ao Irã ao dizer que poderia retaliar o país persa caso seja provocada.
No final de semana, o país interceptou um míssil sobre a capital Riad com a acusação de ter sido disparado do Iêmen. Os sauditas travam uma guerra no país contra os Houthis, apoiados pelo Irã.