Investing.com - Os preços do petróleo se estabilizaram nesta terça-feira acompanhando a o humor do mercado que voltou a adquirir ativos maior risco. A alta foi limitada com a expectativa por dados dos estoques que deverão mostrar a segunda semana consecutiva de aumento nos EUA.
Em Nova York, o contrato futuro do WTI para entrega em maio subiu US$ 0,50, para US$ 63,51 por barril, enquanto o Brent, em Londres US$ 0,39, para encerrar a sessão negociado a US$ 68,03 o barril.
Os preços do petróleo perderam força com os investidores passando a focar nos próximos relatórios – do Instituto Americano de Petróleo (API) e da agência de energia do EUA (EIA) –, que devem mostrar aumento nos estoques e na produção de petróleo bruto.
Na máxima do dia, a cotação da commodity atingiu US$ 63,76 por barril em NY, com o retorno do apetite dos investidores por maior risco, após uma queda de quase 3% na segunda-feira.
A expectativa do mercado é de aumento de cerca de 2 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA na semana passada e aumento na produção.
Embora a crescente extração de petróleo dos EUA tenha sido repetidamente destacada como uma das principais ameaças ao acordo liderado pela Opep para reduzir a sobreoferta global, os analistas acreditam que as crescentes tensões entre a Arábia Saudita e o Irã podem desencadear um corte da oferta.
Nitesh Shah, estrategista de commodities da ETF Securities, disse que embora as tensões entre os dois países do Oriente Médio aumentem a ameaça de interrupções no fornecimento a curto prazo – dando suporte preços mais altos do petróleo –, essa rivalidade poderia "desenvolver rachaduras na unidade da Opep", levando a um prematuro fim do acordo liderado pelo cartel para reduzir a oferta global.
Em novembro do ano de 2016, a Opep e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar a produção em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd) para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo foi renovado e está em vigor até o final deste ano.
Além da disputa geopolítica no Oriente Médio, outros analistas alertaram que uma guerra comercial EUA-China poderia diminuir a demanda de petróleo dos mercados emergentes e pesar sobre os preços da commodity.
"A retaliação da China é preocupante para os mercados de energia", disse Michael Loewen, estrategista de commodities do Scotiabank em Toronto, Canadá. "Se uma guerra comercial ocorrer entre esses países e afetar o crescimento da demanda dos mercados emergentes, isso pode ser um grande problema".