Investing.com – Após uma queda vista como reação precipitada, o petróleo West Texas Intermediate logo se recuperou e ampliou os ganhos nas negociações desta quinta-feira na América do Norte após dados mostrarem que os estoques norte-americanos registraram uma redução maior do que se esperava.
Contratos de petróleo bruto com vencimento em julho na Bolsa Mercantil de Nova York ganhavam US$ 0,61, ou cerca de 1,26%, e o barril era negociado a US$ 48,93 às 12h10 (horário de Brasília), em comparação com US$ 48,66 antes do relatório.
A Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) afirmou em seu relatório semanal que os estoques de petróleo bruto tiveram redução de 6,428 milhões de barris na semana que se encerrou em 26 de maio. Analistas de mercado esperavam que os estoques de petróleo bruto tivessem redução de 2,517 milhões de barris, ao passo que o Instituto Americano de Petróleo informou na quarta-feira uma diminuição de 8,670 milhões de barris no abastecimento.
O Estoque em Cushing, Oklahoma, o principal ponto de entrega para o petróleo bruto da Nymex, teve redução de 0,747 milhão de barris na última semana, informou a EIA. O total dos estoques de petróleo bruto nos EUA ficou em 509,9 milhões de barris na semana passada, o que a EIA considera ser próximo do limite superior da faixa média para esta altura do ano.
O relatório também mostrou que os estoques de gasolina tiveram redução de 2,858 milhões de barris, em comparação às expectativas de 1,091 milhão de barris de redução, ao passo que estoques de destilados tiveram aumento de 0,394 milhão de barris, em comparação com projeções de 0,755 milhão de redução.
O relatório foi divulgado um dia após o normal devido ao feriado do Memorial Day na segunda-feira.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em agosto na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres tinham alta de US$ 0,43, e eram negociados por US$ 51,19 o barril às 12h12 (horário de Brasília), em comparação a US$ 50,95 antes da divulgação do relatório.
Dessa forma, o ágio do Brent em relação ao WTI permanecia estável em US$ 2,27 o barril às 12h15 (horário de Brasília), em comparação à diferença de US$ 2,44 no fechamento do pregão de quarta-feira.
Preços do petróleo eram negociados em queda de mais de 1% em maio pois a extensão dos limites na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros produtores, anunciada na última quinta-feira, decepcionou investidores que esperavam cortes maiores.
Na reunião da semana passada em Viena, a OPEP e alguns produtores externos, liderados pela Rússia, concordaram em estender o corte no abastecimento de 1,8 milhão de barris por dia até o fim do primeiro trimestre de 2018.
Embora a ação da OPEP tenha sido amplamente esperada, alguns investidores do mercado petrolífero esperavam que os produtores efetuassem cortes mais longos ou mais profundos para reduzir o excesso global da oferta de petróleo.
A próxima reunião do cartel será em novembro.
Até o momento, o acordo de cortes na produção tem tido pouco impacto nos níveis mundiais dos estoques devido à crescente oferta de produtores que não participam do acordo, como a Líbia e a Nigéria.
De fato, um estudo da Reuters divulgado nesta quarta-feira mostrou que a produção da OPEP aumentou em maio, o primeiro aumento mensal este ano, já que uma oferta maior de dois países da OPEP dispensados do pacto de cortes na produção, Nigéria e Líbia, contrabalançaram a melhora da conformidade com o acordo por parte de outros participantes.
Enquanto isso, a crescente produção incessante de shale oil nos EUA também contribuiu para contrabalançar o acordo de cortar 1,8 milhão de barris por dia.
Na sexta-feira, dados da Baker Hughes, empresa fornecedora de serviços a campos petrolíferos, revelaram que exploradores de petróleo nos EUA aumentaram o número de sondas pela 19.ª semana seguida, a segunda maior sequência já registrada, o que significa que ganhos adicionais na produção doméstica estão a caminho.
A contagem de sondas nos EUA aumentou em 2 para 722, ampliando uma recuperação de 11 meses na atividade de extração e chegando ao nível mais alto desde abril de 2015.
Além da oferta, é vital também ficar de olho na demanda global, já que a temporada de viagens de carro nos EUA começou.