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Plano Decenal corta aporte previsto em geração e transmissão de energia; eleva em petróleo

Publicado 26.10.2018, 18:25
© Reuters. Plataforma de petróleo no porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro

SÃO PAULO (Reuters) - O Plano Decenal de Energia 2027 prevê aumento nos investimentos em exploração de petróleo e gás no Brasil na próxima década frente à última versão do documento, enquanto reduz as projeções de aportes em geração e transmissão de energia, segundo minuta divulgada pelo governo federal nesta sexta-feira.

As atividades de exploração e produção de óleo e gás devem receber entre 365 bilhões e 406 bilhões de dólares no horizonte decenal, frente a uma estimativa de entre 280 bilhões e 300 bilhões de dólares no PDE 2026, divulgado no ano passado.

Já a geração de energia deve demandar cerca de 156,1 bilhões de reais entre 2022 e 2027 apenas para projetos ainda não contratados, ante 174,5 bilhões no plano anterior.

Em transmissão, a previsão é de 108 bilhões de reais, sendo 38 bilhões para empreendimentos ainda não outorgados, contra um total de 119 bilhões no PDE anterior, dos quais 64 bilhões seriam para novos projetos.

O plano, com diretrizes indicativas para os investimentos em energia na próxima década, foi colocado em processo de consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia por prazo de 30 dias. O documento é assinado pela estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada à pasta.

De acordo com o PDE, a produção de petróleo do Brasil deve atingir 5,1 milhões de barris por dia (bbl/dia) em 2027, aproximadamente o dobro do registrado no ano passado, mas abaixo dos 5,2 milhões estimados para 2026 no plano anterior.

As águas ultraprofundas deverão responder por cerca de 83 por cento da produção nacional, enquanto as unidades em águas profundas responderão por cerca de 11 por cento e a produção em terra não ultrapassará 2 por cento do total.

Em geração de energia, os negócios deverão ser puxados pela expansão da capacidade eólica, que deverá ter 10 mil megawatts contratados em potência adicional no período decenal, chegando a 12 por cento da capacidade do sistema em 2027, contra cerca de 8 por cento atualmente.

As usinas solares deverão representar 5 mil megawatts em capacidade adicional contratada no período, enquanto as hidrelétricas somariam 1.824 megawatts contratados, com 1.351 megawatts motorizados até 2027.

Em térmicas, o plano prevê expansão de pouco mais de 5 mil megawatts no período, dos quais 4 mil megawatts estimados para a região Sudeste/Centro-Oeste e 1.000 megawatts no Sul.

O plano ainda prevê necessidade de oferta para complementação de potência a partir de 2022, em um total de cerca de 13.200 megawatts até 2027, o que incluiria as térmicas já previstas e ainda tecnologias de armazenamento de energia, por exemplo.

© Reuters. Plataforma de petróleo no porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro

Na transmissão, os investimentos deverão se dividir em 73 bilhões de reais para linhas de transmissão e 25 bilhões para subestações.

(Por Luciano Costa)

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