SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de milho do Paraná avançou para 61% da área projetada nesta semana, alta de 24 pontos percentuais na comparação com a semana anterior, mas segue com atraso, o maior ao menos desde 2016, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgados nesta terça-feira.
Considerando os últimos sete anos, segundo números publicados pelo órgão do governo do Estado, a situação é ainda pior do que em 2021 (72%), ano até então marcado pelo maior atraso e que também sofreu com ocorrência de geadas e seca --esses riscos climáticos aumentam quando se atrasa a safra.
"Esta semana evoluiu bem, principalmente dadas as circunstâncias, ainda tivemos dias recorrentes com chuvas e, apesar disso, o plantio passou de 37% para 61%, foi na sequência da soja...", afirmou Carlos Hugo Godinho, agrônomo do Deral.
"E está se concretizando um plantio atrasado de qualquer forma, mas não dá pra não levar em consideração que tivemos evolução boa baseada em só dois dias de sol e um pouco menos de chuvas em relação a semanas anteriores", acrescentou Godinho, citando uma das causas do atraso.
Ele disse que para o final da semana a expectativa é de menos chuvas, o que vai ajudar nos trabalhos de campo. "Acredita-se que se coloque em dia este plantio, já levando em conta que tem uma área atrasada que não se recupera por não ter mais calendário, o atraso está posto e pode trazer consequências, já que o risco da cultura aumenta", comentou.
O plantio de milho está mais lento após um alongamento do ciclo da soja, cuja colheita atingiu até esta semana 48% das áreas paranaenses, também a mais lenta em sete anos pelo menos.
Na mesma época do ano passado, o Paraná já havia plantado 87% do milho segunda safra, enquanto havia colhido 68% da soja.
Os maiores atrasos na safra continuam no Paraná e Mato Grosso do Sul, segundo e terceiro produtores de milho na segunda safra.
Apesar disso, a expectativa é ainda de uma safra recorde para o milho no Brasil, conforme pesquisa da Reuters.
(Por Roberto Samora)