SÃO PAULO (Reuters) - A plantio de soja da safra 2018/19 no Brasil avançou cinco pontos percentuais na última semana e atinge agora 10 por cento da área prevista, com os trabalhos ainda sendo puxados pelo Paraná, apesar das chuvas recentes, disse a AgRural nesta sexta-feira.
A semeadura no maior exportador global da oleaginosa supera os 5 por cento registrados tanto há um ano quanto na média de cinco anos para o período.
"Apesar das chuvas registradas nesta semana, o Paraná segue puxando o plantio brasileiro, com 28 por cento de sua área já semeada e boa vantagem sobre os 18 por cento do ano passado", destacou a AgRural em boletim semanal, ponderando que para a próxima semana há receios quanto a precipitações mais fortes.
Conforme o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard, nos próximos sete dias deve chover acima do normal em praticamente todo o Estado da região Sul, com os maiores acumulados esperados para a porção oeste.
Caso se concretizem, as chuvas podem não só atrapalhar o plantio de soja como também a colheita de trigo, ameaçando a qualidade do cereal no maior produtor nacional.
Em Mato Grosso, principal produtor de soja do país, o plantio foi a 14 por cento da área nesta semana, ante 8 por cento há um ano.
"A região oeste, onde tem chovido melhor, é a mais adiantada (de Mato Grosso). No médio-norte, que tem recebido chuvas mais esparsas, o ritmo é um pouco mais lento", disse a consultoria.
A AgRural relatou ainda avanço de semeadura em Mato Grosso do Sul (12 por cento), São Paulo (9 por cento) e Goiás (1 por cento), além de Minas Gerais, Rondônia e Santa Catarina.
MILHO
De acordo com a AgRural, o plantio de milho de primeira safra no centro-sul do Brasil estava em 38 por cento da área, avanço de cinco pontos em uma semana e acima dos 29 por cento do ano passado e dos 33 por cento da média de cinco anos.
Segundo a consultoria, que prevê cultivo de "milho verão" em 2,9 milhões de hectares no centro-sul, Santa Catarina lidera os trabalhos de campo (85 por cento), seguida por Paraná (74 por cento), Rio Grande do Sul (67 por cento) e São Paulo (20 por cento).
(Por José Roberto Gomes)