Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - A polícia equatoriana anunciou nesta terça-feira que deteve o líder da maior organização indígena do país, Leonidas Iza, depois que ele liderou vários bloqueios em diversas estradas, além de outros supostos atos violentos em protesto contra as políticas econômicas do governo do país.
O advogado de Iza classificou a prisão como ilegal, e disse que não está claro de qual crime ele está sendo acusado.
Grupos indígenas começaram na segunda-feira o que afirmam ser um protesto contínuo para exigir que o presidente Guillermo Lasso congele o preço da gasolina, declare moratória em dívidas bancárias de pequenos fazendeiros e limite a expansão de iniciativas de mineração e extração de petróleo no país.
Na noite de segunda-feira, manifestantes queimaram um carro de patrulha e atacaram policiais, extinguiram uma bomba de pressão em um campo de petróleo e danificaram a infraestrutura em algumas fazendas de flores, segundo o governo.
"Ele foi interceptado e detido de maneira violenta, ficando incomunicável por cinco horas, nós não sabíamos onde ele estava, e ainda não sabemos de qual crime ele está sendo acusado", afirmou Lenin Sarzosa, advogado de Iza, a jornalistas em Quito.
"Nós apresentamos um pedido de habeas corpus contra a detenção ilegal."
A organização de Iza, a Conaie, publicou no tuíter um vídeo de sua prisão, descrevendo-a como "violenta, ilegal e arbitrária".
Quatro pessoas supostamente envolvidas em crimes e uma pessoa que seria um autor intelectual das ações esperam suas audiências, afirmou o ministro do Interior, Patrício Carillo, no Twitter.
"O protesto é um direito que defendemos como governo, mas não o caos, e muito menos a violência", acrescentou o ministro.
(Reportagem de Alexandra Valencia)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC